ESPECIAL

O espaço para ser sem apagamentos

Sou uma psicóloga recém-formada que sente desde a graduação os efeitos de escolher o caminho da desconstrução das ideias prontas e fechadas, que tem como intencionalidade empobrecer os sujeitos e assujeitá-los a um encaixotamento. A Psicologia que exerço cria e defende o espaço para ser sem apagamentos. É assim que a Psicologia surge na minha vida: como intensificadora do pensamento crítico e profundo, do olhar implicado nas pessoas e que convoca com urgência.
 
É nesta profissão permeada de obstáculos que escuto muitas histórias e realidades, me frustro, sofro, embrabeço e me vejo sem saída. Este é um dos desafios que faz parte da nossa Psicologia desde o seu início, que persiste até hoje e continua se projetando para o futuro: nos encararmos como parte dos que sentem os impactos das políticas e que muitas vezes não leem entrelinhas.
 
E é aqui que consigo construir caminhos para me reposicionar, repensar e fortalecer: a partir do encontro com os pares que resistem e (re) existem.
 
Poderia ser esta uma alternativa para superar as adversidades? Uma Psicologia mais unida, participativa e consciente? Se for, este é o meu desejo para o nosso futuro.
 
 
Valeria Marcon Astolfi
Psicóloga (CRP 07/36432) formada pela Universidade de Passo Fundo em 2021. Atualmente associada ao Projeto – Associação Científica de Psicanálise e Humanidades. Psicóloga clínica no atendimento de adultos e adolescentes, no município de Passo Fundo e psicóloga na Assistência Social Arquidiocesana Leão XIII e monitora de estágio no curso de Psicologia da Anhaguera Educacional - Polo Passo Fundo.