45 ANOS


Para marcar os 45 anos de criação do Conselho Regional de Psicologia da Sétima Região,
que inicialmente incluía os estados de Santa Catarina e Paraná, além do Rio Grande do Sul,
a EntreLinhas lança essa seção especial para relembrar as principais questões discutidas
nas Comissões de Orientação e Fiscalização (COF) e Ética (COE) em diferentes períodos
da história do Conselho. Nesta edição, entrevistamos a psicóloga Rejane de Oliveira Pousada,
ex-conselheira e membro da Comissão de Ética na Gestão Resgate (1996 – 1998) e
conselheira presidente da Comissão de Ética na Gestão Conexão (1998 – 2001).

De 1996 a 2001
 


Conselheiras/os da Gestão Resgate (1996-1998) 


O que poderias destacar do trabalho realizado pelo CRP durante sua gestão?

Quando assumimos, precisávamos trabalhar para construir uma administração transparente e com uma representatividade eficaz dos profissionais nas diversas instâncias. Para isso, fizemos um trabalho de reabilitação da entidade que estava desacreditada pela categoria na época. Efetuamos reformas
administrativa e física do Conselho. Em conformidade com o Conselho Federal de Psicologia, trabalhamos na organização do 2º Congresso Nacional da Psicologia, com muitas idas ao interior para mobilizar grupos nos microcongressos. Também fizemos o Recadastramento Nacional dos Psicólogos, com o objetivo de conhecer o perfil dos profissionais gaúchos, média salarial, idade, tempo de trabalho, área de atuação. 
 
A Gestão Resgate foi uma gestão que sempre esteve envolvida com as questões da categoria. Além das Comissões Permanentes, criamos as Comissões Especiais de Práticas Alternativas, de Convênios, de Biblioteca e Comunicação, de Formação e a Interinstitucional de Saúde. Nos doávamos muito e trabalhávamos exaustivamente em benefício da categoria e consequentemente dos usuários dos serviços de Psicologia. Dessa forma, percebemos uma maior aproximação dos psicólogos e também desses usuários, o que foi muito gratificante. 
 
Na Gestão Conexão demos continuidade ao trabalho que vínhamos realizando. Aprimoramos o contato da entidade com a categoria, formamos Comissões Especiais de Trânsito e Políticas Públicas. O trabalho das Comissões de Ética e de Orientação e Fiscalização se complementavam para melhor orientar e informar.

Quais eram os principais temas discutidos na época?

A vinculação do título de psicólogo a práticas alternativas era algo em evidência, um assunto novo que nos levava a muitos questionamentos. Outros temas como luta antimanicomial, proliferação de cursos de Psicologia pelo estado, qualidade dos estágios e das supervisões, credibilidade das avaliações psicológicas também estavam em evidência.
 

Como era o trabalho da Comissão de Ética?

A Comissão de Ética se concentrou, primeiramente, em organizar documentos, colocar processos atrasados em dia. Optamos pela qualificação do trabalho e contratamos uma assessoria jurídica especifica para a Comissão e formamos um grupo aberto de estudos, com o objetivo de instrumentalizar a comissão para que pudéssemos discutir a respeito da formação do psicólogo, algo fundamental para a prevenção de futuras faltas éticas. Esse foi um trabalho integrado com a Comissão de Orientação e Fiscalização, já que na maioria das vezes as denúncias que chegavam para o Conselho diziam respeito a uma falta de informação e orientação do psicólogo, provavelmente por falhas no processo de formação. As denúncias que chegavam ao Conselho envolviam principalmente questões relacionadas à violação do sigilo profissional quando da elaboração de avaliação e/ou laudo psicológico e à cobrança de honorários.

 


Rejane de Oliveira Pousada (primeira da esquerda para a direita) com conselheiras da Gestão Conexão (1998 a 2001)