Há alguns anos, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) incorporou o tema do enfrentamento ao racismo e, para tanto, vêm desenvolvendo várias ações no sentido de responder às demandas da categoria e da sociedade. No dia 21 de março, data em que se comemora o “Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial”, instituída pela Organização das Nações Unidas, o CFP lembra que ainda há muito a fazer para coibir a discriminação.
A data faz referência ao Massacre de Shaperville, onde 20 mil negros protestaram, na África do Sul, contra Lei do Passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, além de especificar os locais permitidos para circulação. Essa manifestação terminou com a morte de 69 pessoas e 186 feridos pelo exército. Mas histórias semelhantes ainda acontecem nos dias de hoje. Ontem (20/3), uma menina negra de apenas 12 anos foi espancada perto de uma parada de ônibus, no Distrito Federal, por outras duas garotas que afirmaram “não aceitar negras em seus becos”.
“É importante que a Psicologia admita o racismo e tome isso como tema transversal em suas ações, independente de onde as (os) psicólogas (os) estiverem atuando”, afirma a conselheira do CFP responsável pelo tema, Marilda Castelar.
No final de 2012, o CFP teve uma grande conquista: ganhou uma vaga, como suplente ,no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) . A representante do CFP no CNPIR, Maria Lúcia Silva, acredita que isto faz com que a categoria passe a refletir mais sobre o tema que, por um lado, promove sofrimento psíquico e, por outro, faz parte do campo dos direitos humanos. “É tarefa do CFP investir, cada vez mais, na eliminação do racismo na sociedade”, afirma Maria Lúcia.
Além da representação no CNPIR, o CFP conta com assento na Comissão Nacional de Direitos Humanos e tem promovido diversas discussões sobre o tema do racismo, como o debate online realizado em dezembro de 2012 para lembrar os 10 anos da Resolução 18/2002, que estabelece normas de atuação para as (os ) psicólogas (os) em relação ao preconceito e à discriminação racial. Na ocasião, foram abordados estratégias e desafios sobre o tema.
Um dos participantes do debate, o psicólogo e representante do CFP no Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas (Conad), Marcus Vinícius, celebrou, na ocasião, “ a possibilidade de reunir psicólogos negros e negras para poder discutir abertamente a transformação do problema, e esse é um dos principais avanços que libera espaço e interesse para investigações e pesquisas sobre a dinâmica do tema”.
De 8 a 11 de maio, o CFP irá mais uma vez levar o tema a público durante o 8º Congresso Norte e Nordeste de Psicologia (8º Conpsi), evento realizado de 8 a 11 de maio em Fortaleza (CE), com a participação em uma das mesas, sobre a “Equidade na diversidade”.
Além disso, o Conselho apoia a realização do II Encontro Nacional de Psicólogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(es) das Relações Raciais e Subjetividades (II Psinep), que será realizado de 4 a 7 de julho, em Recife (PE). Confira a programação e mais informações em http://anpsinep.cfp.org.br/.
Aproveitamos para convidar todos a participarem de iniciativa da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), que está promovendo , esta semana, uma postagem coletiva – que segue até o dia 22 de março - com a hashtag #IgualdadeRacial pelo Facebook, Twitter, Tumblr, Flicker, Blogs e Youtube. O meio não importa, mas sim que a luta pela eliminação da discriminação racial continue e seja lembrada não só neste 21 de março, mas em todos os dias do ano.
Fonte: www.cfp.org.br