22 de setembro é considerado o Dia da Juventude no Brasil. Importante lembrar do histórico de lutas das/os jovens estudantes brasileiras/os que, ao longo de décadas, vêm ocupando a linha de frente na defesa da democracia, resistindo ao golpe de 64, e presentes no movimento Diretas Já, por exemplo. Vêm lutando contra os ataques à educação pública, produzindo a histórica primavera secundarista em 2016, com ocupações de escolas em todo o país.
A partir do Estatuto da Juventude, de 2013 (Lei 12.852), são consideradas/os jovens no Brasil aquelas/es com idade entre 15 a 29 anos. Além de reafirmar os direitos à proteção e ao cuidado, ao acesso à educação e ao mundo do trabalho às juventudes, como a Psicologia pode contribuir para dar visibilidade a essa questão?
Enquanto profissionais que trabalham com o desenvolvimento humano, é preciso demarcarmos que só é possível falar em juventudes, no plural, para assinalar a pluralidade na formação sociocultural brasileira, que tornam os processos de viver jovem singularizados. O reconhecimento dessa heterogeneidade é fundamental para que sejam respeitados os modos de vida das/os jovens no momento de serem construídos espaços de cuidado, de elaboração e implantação de políticas públicas.
Importante estarmos também atentas/os ao que impede a vontade de viver das/os jovens em nossa cultura, já que, de acordo com levantamento recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos.
Impossível também não estarmos indignadas/os com a violência presente nos territórios urbanos periféricos, no conflito com o Estado, que decorre em números alarmantes de jovens, na sua maioria negros, assassinados.
É preciso muita atenção aos desafios colocados no momento atual do país, que transformam as possibilidades das/os jovens no acesso ao lazer, aos espaços de formação e de trabalho, nas mais distintas realidades.
Que a nossa profissão consiga estar junto das juventudes, contribuindo com seu cuidado e suas lutas de forma crítica e inventiva.