25 de novembro é o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher, data que alerta para uma das principais formas de violação de direitos humanos, que atinge as mulheres em seus direitos à vida, à liberdade, à saúde e à integridade física. O Brasil é signatário de muitos instrumentos internacionais de proteção dos direitos humanos das mulheres, como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (1979) e a Convenção de Belém do Pará (1995). Nacionalmente, a pauta ganha materialidade com a Lei Maria da Penha (2006) e marcos legais como a Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres (2011), fruto de articulações dos movimentos sociais pelo enfrentamento a essa violência, produto de uma estrutura de poder patriarcal que situa as mulheres abaixo dos homens em todas as áreas da convivência humana.
Esse enfrentamento prevê combate, prevenção, assistência e acesso a direitos pela ação integrada de diversos setores da sociedade (Saúde, Educação, Assistência Social, Segurança Pública, Justiça, etc) para promover a emancipação das mulheres e incidir sobre desigualdades que legitimam a violência - como piores índices de acesso a emprego e renda, concentração de tarefas doméstica, ideais sociais que culpabilizam as mulheres que rompem com as normas de gênero.
Como exemplo de seus efeitos, estudos associam a violência a diversas expressões do sofrimento psíquico como depressão, ansiedade, estresse pós-traumático e insônia. A falta de apropriação do tema pode acabar por invisibilizar a violência sofrida pelas mulheres, subsumi-la em diagnósticos, reforçar desigualdades e padrões cis-hetero-sexistas. Assim, considerando a ainda incipiente presença desse tema na formação da Psicologia e as diretrizes das deliberações 139 e 162 do 10ª CNP, esta data deve contribuir para que cada psicóloga/o reflita sobre sua percepção, crenças e conhecimentos sobre a violência contra as mulheres, as políticas públicas relativas ao tema e como a prática profissional pode reforçar a condição de subalternidade das mulheres ou, por outro lado, promover a vida sem violência. A superação desta realidade é tarefa de todas e todos: por uma Psicologia em defesa da vida das mulheres!
O dia 25 também marca o início dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que encerra em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Confira nossas publicações nos próximos dias!
Campanha "Por uma Psicologia em defesa da vida das mulheres!"
A Comissão de Direitos Humanos do CRPRS também está mobilizada com os #16diadeativismo, divulgando, a partir de 26/11, uma série de informações com dados sobre a violência, marcos políticos nesse tema e ideias de mulheres com atuação relevante na luta pelos direitos das mulheres.
Acompanhe a campanha nas redes sociais do CRPRS.