Neste 28/06, Dia do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRPRS) reforça seu compromisso em promover a atenção integral à saúde da população LGBT e a garantia dos direitos dessa população e defender uma sociedade livre de preconceitos.
Para o CRPRS, a sociedade ainda lida de maneira equivocada com a diferença, a diversidade e o sofrimento humano.A diversidade sexual e de gênero são variações da natureza humana e se expressam de forma e graus distintos em diferentes indivíduos. Tais condições, portanto, não podem ser “curadas” por profissionais da Psicologia.
Em 2018, o Conselho Federal de Psicologia publicou a Resolução CFP nº 001/2018 que impede que psicólogas e psicólogos realizem terapias que visem a converter a identidade de gênero de pessoas transexuais e travestis, além de proibir os pronunciamentos públicos de forma preconceituosa em relação a essas populações. Essa nova resolução soma-se a Resolução CFP nº 001/1999, que proíbe terapias conversivas em relação a gays e lésbicas.
Além disso, a recente atualização da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que retira questões relacionadas à diversidade de gênero e à transexualidade do capítulo de doenças mentais, deve pôr fim aos argumentos em defesa da "cura gay" e de terapias de conversão sexual no Brasil.
Evidências na pesquisa em Psicologia reconhecem que quando as pessoas buscam uma terapia para mudar sua orientação sexual ou sua identidade ou expressão de gênero - por sua conta, ou encaminhadas pelas suas famílias - o fazem pelo resultado da internalização do estigma social. Dessa forma, o objetivo do trabalho do profissional da Psicologia é a mudança no contexto social intolerante e não nos indivíduos que são vitimados por ele. A Psicologia não pode ajudar as pessoas a se livrarem do estigma promovendo tacitamente terapias de conversão – que sabidamente são inócuas e promovem altos graus de sofrimento. Psicólogos e psicólogas devem ajudar a combater o estigma compreendendo e curando o preconceito. Esses são os motivadores das resoluções publicadas pelo Conselho de Psicologia e do banimento de tais práticas por várias nações.
Diversas ações de apoio à luta por visibilidade e direitos das pessoas trans vêm sendo realizadas pelo CRPRS.
- Psicólogos/as inscritos/as no CRPRS podem declarar sua identidade de gênero em seu cadastro. Acesse crprs.org.br, clique em Meu CRP, acesse como Profissional e informe CPF e senha. Se este for o seu primeiro acesso ao Meu CRP, clique em “Meu primeiro acesso”, confirme seus dados e aguarde o recebimento de senha. Em Dados Básicos, abaixo do campo Sexo (masculino ou feminino), há as seguintes opções de Identidade de Gênero: homem, mulher, homem trans, mulher trans, travesti, outra (campo aberto). Assinale uma das opções, vá até o fim da página e clique em Salvar.
- Profissionais da Psicologia travestis e transexuais terão o nome social destacado, ao lado da fotografia, na frente da carteira de identidade profissional. A decisão de ressaltar o nome social na carteira profissional foi aprovada por unanimidade em Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (Apaf), de forma a valorizar a dignidade da profissional.
- Em janeiro deste ano, o CRPRS realizou live de orientação no Facebook com o tema "O papel da Psicologia no processo transexualizador", com a conselheira Priscila Pavan Detoni, presidente da Comissão de Direitos Humanos, e o conselheiro Angelo Brandelli Costa.
- Participação em atividades em defesa da diversidade e capacitações internas