8 de março é dia de luta. A data surge a partir da histórica reivindicação de mulheres contra desigualdades sociais, econômicas e políticas – por condições dignas de vida, de trabalho e de participação na sociedade. Não se trata de homenagear o "feminino", associado à beleza, à delicadeza (e à postura de submissão) que se espera das mulheres. Trata-se de reconhecer (e não de romantizar) que o cumprimento fiel das obrigações que nos são atribuídas para manter em dia a família, os relacionamentos e todo o trabalho reprodutivo que sustenta a produção da sociedade é uma forma de exploração dos nossos corpos, de nossa força de trabalho e de nossa vida.
Somos trabalhadoras psicólogas. Somos maioria da categoria profissional. Estamos sujeitas à sobrecarga de tarefas domésticas, à sexualização de nossos corpos, à moralização de nosso comportamento, ao não reconhecimento de nossos saberes, à opressão nos relacionamentos íntimos. Nossa própria ciência reforçou por muito tempo concepções de subjetividade pautadas na subalternidade que se espera de nós. Por isso, resistimos. A Psicologia se reconstrói a cada dia com a nossa força e nossa luta como trabalhadoras de uma subjetividade liberta, que não se dobra às injustiças. Porque lutamos por nós. Porque lutamos por todas.
Comissão de Direitos Humanos do CRPRS
Gestão Frente em Defesa da Psicologia RS