Para debater o tema do suicídio, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), foi convidado a participar da Audiência Pública Virtual sobre “Medidas efetivas para prevenção do suicídio, automutilação e problemas psicológicos entre jovens brasileiros”, na Câmara dos Deputados, no dia 10/11.
O CFP foi representado na audiência pela doutora em Psicologia Social, Jéssica Prudente. O objetivo do evento foi subsidiar o Grupo de Trabalho da Câmara dos Deputados destinado ao estudo sobre o aumento de casos de suicídio, automutilação e problemas psicológicos entre os jovens brasileiros.
Dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (2010/2019) revelam aumento da taxa de mortalidade entre adolescentes, com 81% de aumento nos casos de suicídio nesse período.
Segundo a representante do CFP durante a audiência, é evidente a relação entre os determinantes sociais, como a falta de acesso à direitos fundamentais, como educação, cultura, lazer, esporte, e os números de suicídios nessa faixa etária. “A saúde mental não é exclusivamente um campo da Psicologia e da Medicina, precisamos pensar numa noção e nas práticas de uma saúde mental ampliada, e isso envolve os determinantes sociais e uma série de outras perspectivas de práticas”, avalia Jéssica.
Para o Conselho Federal, a atuação de psicólogas/os na prevenção ao suicídio deve extrapolar as intervenções estritamente individuais e buscar a compreensão das condições de vida que contribuem para produzir sofrimentos mentais intensos.
A psicóloga também destacou a importância da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no Sistema Único de Saúde (SUS), nas ações de prevenção ao suicídio. Segundo ela, o CFP entende que o suicídio é uma questão de saúde pública e, por isso, reforça a importância de ações de prevenção durante todo o ano, com campanhas permanentes sobre o tema. Saiba mais sobre a campanha do CFP sobre o tema: Saúde Mental de Janeiro a Janeiro.
Por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop), o CFP recentemente realizou pesquisa sobre a atuação de psicólogas/os na política pública de prevenção da autolesão e do suicídio, e posvenção, com o objetivo de subsidiar a elaboração de referência técnica para atuação na mesma política. Saiba mais sobre o processo de elaboração de referências técnicas do Crepop: Investigação na prática e Metodologia Crepop.
Fonte: Conselho Federal de Psicologia