Denúncias de violência física e psicológica têm se tornado recorrentes no esporte nos últimos anos, principalmente envolvendo crianças e adolescentes esportistas, não apenas pelo Brasil como pelo mundo inteiro. Para tratar do tema, a Câmara dos Deputados realiza, nesta terça-feira, 8/10, a audiência pública “Violência física e psicológica no esporte em crianças e adolescentes”. O encontro será às 14h30, no Anexo II, Plenário 04 da Câmara, e será transmitido ao vivo pelo site: https://edemocracia.camara.leg.br/audiencias/sala/1209.
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) estará representado na audiência pelo psicólogo Rodrigo Acioly, ex-presidente da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (Abrapesp) e também representará a entidade no evento. Além do CFP, estarão presentes representantes de federações esportivas, do Ministério Público, do Judiciário e de sindicatos de atletas.
Atuação da Psicologia
Apesar de casos sobre violência física e psicológica sempre permearam o mundo do esporte, inclusive nas categorias de base e nas escolinhas esportivas, alguns atletas e ex-atletas têm começado a relatar histórias pessoais sobre o assunto, do que viram ou do que já sofreram.
Para o psicólogo do esporte Rodrigo Acioly, o fato dessas histórias estarem sendo compartilhadas com o público e as denúncias serem levadas a diante, faz com que muitas pessoas comecem a se sensibilizar e falar sobre o assunto. “Algumas pessoas não fazem denuncia por medo de retaliações, ameaças e por julgamentos alheios. Acontece que essas histórias já começaram a aparecer dentro dos consultórios, na sociedade, nos projetos sociais e instituições que atuam com a Psicologia”, justifica.
Segundo ele, estudos, pesquisas, referências sobre violência física e psicológica já existem no mundo da Psicologia, dados esses que podem ser utilizados para ajudar as/os profissionais, independente da área de atuação e linha teórica, a lidarem com o assunto.
Acolhimento
Acioly aponta que a escuta e o acolhimento sempre foram ferramentas primordiais na prática profissional. No entanto, o que fazer com essas informações também é importante. “Os profissionais não devem ser coniventes com qualquer tipo de violência. Se ele representa uma instituição violadora, ele deve pensar modos, maneiras de interferir e intervir nessas situações”, reforça.
Rodrigo Acioly diz que essa abordagem precisa respeitar a relação “cliente-terapeuta”, pensando junto com a pessoa modos de lidar com a situação, seja acionando as/os responsáveis, pessoas de confiança, instituições competentes e/ou profissionais também de áreas competentes. “A psicóloga e o psicólogo enquanto profissional, e, principalmente enquanto cidadão, deve utilizar o seu conhecimento e suas ferramentas de trabalho para amenizar qualquer tipo de sofrimento e qualquer tipo de ação que possa ser causadora de sofrimento”, finaliza.
Serviço
Câmara dos Deputados
Audiência Pública: Violência física e psicológica no esporte em crianças e adolescentes
Horário: 14h30
Local: Anexo II, Plenário 04
Saiba mais: https://www.camara.leg.br/evento-legislativo/57361
Fonte: Conselho Federal de Psicologia