A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 25 de novembro como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher e nesta quarta-feira (28/11), o Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai realizar o debate online “Violência contra a Mulher - Psicologia e Políticas Públicas: desafios para a democracia”. O evento ocorrerá na sede do Conselho, em Brasília, e será transmitido, ao vivo, pelo site do Conselho, das 10h às 12h.
As políticas públicas para enfrentamento da violência contra a mulher, além da presença da Psicologia nos serviços de acolhimento a mulheres em situação de violência, reflexões sobre estereótipos, preconceito e homofobia são alguns dos temas que serão abordados.
Entre as participantes confirmadas, estão a professora de direito penal e constitucional da Universidade Católica de Brasília (UCB), Soraia da Rosa Mendes, também coordenadora do Grupo de Pesquisa Política Criminal e Direitos Fundamentais; a psicóloga com atuação na área de saúde pública e direitos humanos, Adriana Reis, que atualmente trabalha na Coordenação de Humanização da Secretaria Executiva de Saúde Pública do Estado do Pará (Sespa); e a psicóloga com especialização em Saúde Mental e conselheira do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, Janaína Leslão Garcia.
Estatísticas
A violência por motivos de gênero inclui violência sexual, exploração e abuso, provocando danos físicos e psicológicos. Neste mesmo instante, mulheres estão sofrendo violência no Brasil. De acordo com dados da Secretaria de Política para as Mulheres, apenas entre janeiro e setembro de 2012, foram realizados 561.298 atendimentos pela Central de Atendimento às Mulheres, conhecido como Ligue 180. Desse total, 68.396 foram denúncias de violência, sendo que 27.638 mulheres relataram sofrê-la diariamente.
Para resgatar esta dívida histórica, o CFP e o sistema Conselhos de Psicologia têm realizado várias ações. A Psicologia é uma profissão que tem 89% dos profissionais do sexo feminino, as quais assumem em seu cotidiano o desafio pela construção da equidade cívica, social e de direitos pela auonomia econômica, cultural, politica e do trabalho das mulheres.
A primeira fase da pesquisa Profissão e Gênero no Exercício da Psicologia no Brasil, finalizada em junho deste ano, revelou que, das 1,5 mil pessoas ouvidas, 23% já disseram ter sido vítima de violência em algum momento da vida. O próximo passo da pesquisa é a análise dos dados coletados para encontrar formas de estabelecer uma visão abrangente sobre a vida de todas aquelas que se dedicam à Psicologia.
A participação e a intervenção dos profissionais nos efeitos do feminino são propositivos para a mudança efetiva da cultura hegemônica, historicamente presente nas relações com as mulheres.
Fonte: www.cfp.org.br