A matéria "Sem hospício, morrem mais doentes mentais", do dia 9 de dezembro, é tendenciosa, parcial e vai contra o direito básico da população.
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Conselho Federal de Psicologia publica nota de repúdio à matéria veiculada na semana passada. Confira:
A matéria "Sem hospício, morrem mais doentes mentais" do Jornal O Globo do dia 09 de dezembro de 2007, da jornalista Soraya Aggege, é tendenciosa e parcial e vai contra o direito básico da população de obter informação verídica e imparcial dos fatos. A chamada da matéria é, particularmente, ofensiva por oferecer informação falsa e sensacionalista, desprovida de qualquer fundamentação. Em nossa opinião, tal matéria coloca em questão a responsabilidade ética do jornal e da repórter por oferecer uma visão que privilegiou a opinião dos interesses econômicos, corporativos e acadêmicos que se beneficiaram historicamente da manutenção do modelo manicomial. A matéria ignora solenemente os benefícios obtidos por milhões de brasileiros, outrora desassistidos e condenados às internações prolongadas e impedidos de viver em sociedade e que, atualmente, contam com a possibilidade da sua reinserção social através das novas unidades comunitárias. Sem dúvidas ainda existem deficiências e limitações na prestação dos serviços de saúde mental através do SUS, mas certamente os benefícios da nova política são imensamente maiores do que as suas deficiências.
O hospital psiquiátrico foi e tem sido uma instituição enganosa que vende uma imagem como lugar de tratamento, mas oculta dimensões inóspitas, perigosas e violentas, em função do predomínio de uma indignificante dimensão do seu mandato social, comprometida fundamentalmente com a exclusão dos doentes mentais.
Faz parte da nova proposta promover mudanças na visão preconceituosa da sociedade em relação a este tema e, aparentemente, devemos começar com os que são formadores de opinião, para evitar deturpações como as que ora colocamos em questão.
Atenciosamente,
Ana Bahia Bock
Presidente do CFP
A matéria "Sem hospício, morrem mais doentes mentais", do dia 9 de dezembro, é tendenciosa, parcial e vai contra o direito básico da população.