O Grupo de Trabalho (GT) de Relações Raciais do Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou reunião no sábado, 09/08, na sede da autarquia em Brasília, para discutir formas de divulgação e conhecimento da Resolução 18/2002, que estabelece normas de atuação para os(as) psicólogos(as) em relação ao preconceito e à discriminação racial.
No encontro, também foram discutidos o encaminhamento da pesquisa para mapear os psicólogos negros, indígenas e quilombolas, como ação afirmativa, e a divulgação da campanha: “o preconceito racial humilha e a humilhação social faz sofrer. Basta! A Psicologia contra o racismo”, a ser realizada a partir de setembro, e que culminará com um evento nacional no mês de março do próximo ano.
Segundo a conselheira do CFP Dorotéa de Cristo, que presidiu a reunião, o trabalho do GT é para evidenciar a Resolução 18/2002, que já tem mais de 10 anos, mas, segundo ela, muitos psicólogos desconhecem. Dorotéa explica que o trabalho do colegiado visa lançar uma campanha para evidenciar a resolução mais focada nos psicólogos, mas não apenas neles. A conselheira do CFP afirma que, a partir de setembro, o grupo dará andamento a uma pesquisa para mapear psicólogos negros, quilombolas, indígenas. “Essa pesquisa também vai servir para compreender onde eles estão o que eles estão fazendo, as dificuldades que eles encontram no cotidiano de trabalho, enfim, esse é o nosso trabalho e o grupo foi bastante produtivo. Esse GT foi criado em 2012, mas muita coisa ficou parada e somente agora demos encaminhamento a ele”, justificou.
Os demais membros do colegiado corroboraram com a análise da conselheira do CFP, destacando a importância do GT no esforço em se fazer notar uma dimensão fundamental da subjetividade e da identidade dos brasileiros, em especial a população não branca. Eles reconhecem que os psicólogos desconhecem a Resolução, o que torna necessária a discussão da formação ao exercício profissional. Eles consideraram os CRPs estratégicos para atuar na formação, não tanto nas políticas públicas, mas sendo necessárias parcerias com outras entidades de representação da classe.
Também foi solicitada uma lista de psicólogos negros eminentes e suas contribuições para a ciência e sociedade, em razão da representação e a identidade dos psicólogos negros e a falta de modelos negros que tenham destaque no campo.
Campanha
Foi pensada uma campanha para ser lançada em setembro, cujo título é “O preconceito racial humilha e a humilhação social faz sofrer. Basta! A Psicologia contra o racismo”. Dorotéa de Cristo destacou que o grupo vai sugerir aos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) que comecem a realizar eventos preparatórios de divulgação da Resolução 18/2002. Segundo ela, esses encontros devem ser realizados até novembro, pois, no mês citado, o GT irá se reunir para avaliar o material proposto por cada CRP. “Todo esse trabalho vai culminar com o evento nacional que deve acontecer em março do próximo ano, essa é a nossa previsão. E teremos, antes disso, vários eventos nos regionais. Vamos ter cartazes e folders que vão contribuir com as campanhas dos regionais e esperamos lançar o resultado da pesquisa no evento nacional”, prevê.
Discussão no CRPRS
As conselheiras Zuleika Köhler Gonzales e Alessandra Xavier Miron, que participam do GT nacional, estão organizando agenda de trabalhos no Rio Grande do Sul para dar visibilidade à resolução 18/2002. Todos os psicólogos, vinculados ou não a esta temática étnico-racial, serão convidados a participar deste debate sobre as relações étnico-raciais. Acompanhe agenda de atividades e participe.