A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados elegeu nesta quinta-feira, 07/03, o novo presidente a portas fechadas. O deputado Domingos Dutra (PT-MA), que estava presidindo a sessão, retirou-se da reunião do colegiado antes da eleição do novo presidente. Ele se recusou a comandar a eleição sem a participação dos movimentos organizados que estão impedidos de entrar na sala da comissão.
Na quarta-feira, 06/11, após protestos dos movimentos de defesa dos direitos humanos, a reunião da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados para a escolha do novo presidente do colegiado foi suspensa. Com faixas, apitos e máscaras, os manifestantes criticaram a indicação do deputado Marco Feliciano (PSC- SP) para assumir o cargo.
As conselheiras do CFP Cynthia Ciarallo e Roseli Goffman, juntamente com representantes do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), do movimento negro, da Rede Feminista e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), participaram das manifestações no plenário da comissão.
De acordo com a conselheira federal e integrante da Comissão Nacional de Direitos Humanos do CFP, Ana Luiza Castro, a proibição da participação dos moimentos sociais representa um grande retrocesso na luta a implementação dos direitos humanos. “Mais lamentável ainda é que alguns deputados integrantes dessa comissão, que se ocupa exatamente dos direitos humanos, tratem dessa forma os militantes, os movimentos sociais e a sociedade brasileira.”
Além de Dutra outros deputados contrários à eleição do indicado pelo PSC, deputado Marco Feliciano (SP), também se retiraram do local. Os movimentos sociais foram proibidos de entrar no plenário por determinação do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves.
No ano passado, Feliciano virou alvo de críticas após postar nas redes sociais mensagens contra a população LGBT e os negros. A escolha do nome do deputado provocou polêmica entre os parlamentares da comissão. Segundo a deputada Érika Kokay (PT-DF), Feliciano não tem o perfil de defensor das minorias exigido pelo trabalho da comissão.
Mesmo com os protestos e manifestações contrárias, Feliciano foi eleito com 11 votos e assumiu a presidência da comissão.
Fonte:
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