O CRPRS, por meio da sua Comissão de Direitos Humanos, realizará, em 11/05, às 19h, uma reunião on-line, aberta à categoria, para discutir sobre o abolicionismo penal e a sua relação com a Psicologia. O objetivo da atividade é propor um momento de análise e debate, visto que, hoje, no Brasil, a misoginia, o racismo e o classismo estão enraizados nos processos de encarceramento em massa e na manicomialização.
A crítica da teoria criminológica do abolicionismo penal entende que a privação da liberdade tem causado mais danos que resoluções aos conflitos sociais. As violações e as dificuldades de acesso a direitos contra grupos e territórios marginalizados dão lugar às prisões e manicômios, ao mesmo tempo em que essas instituições perpetuam e multiplicam as violências de Estado. “Ninguém sai saudável e nem emocionalmente equilibrado do sistema prisional. Nenhuma pessoa se liberta de determinada conduta ou realmente paga sua pena, se ela não for trabalhada naquilo.”, explica o convidado que estará na reunião ampliada, Pe. Edson André Cunha Thomassim – graduado em Filosofia (FAFIMC - Viamão) e Teologia (ESTEF - POA) e pós-graduado em Adolescência e Juventude no Mundo Contemporâneo pela CAJU- Go/FAJE-MG – ao frisar que o espaço penitenciário deixa de lado elementos primordiais da dignidade humana, por ser estruturado com uma lógica de conflito e não de restauração.
A atual Gestão do CRPRS, Frente em Defesa da Psicologia RS, tem como eixo de trabalho lutar contra as diferentes formas de opressão, como, por exemplo, as desigualdades sociais e raciais. Por esse motivo, considera que é indispensável construir subsídios para que a Psicologia também se reconheça como agente na luta contra o encarceramento em massa e atue, em diferentes contextos, para desconstruir o raciocínio de segregação que permeia nosso imaginário social e as práticas cotidianas.
Para o padre, que é militante da Pastoral Carcerária desde 1996, é preciso superar esta ideia punitiva que está incorporada em todo o sistema capitalista, onde os privilégios de umas/uns diante de outras/os são ignorados. “O problema da estrutura jurídica que encarcera é o problema do modo que compreende as relações em sociedade e de como lida com os conflitos que faz, quando a polarização está na capacidade de quem pode mais ou de quem tem mais.”
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