A participação do Conselho Federal de Psicologia e dos movimentos sociais presentes no Fórum Social do Mercosul (FSMercosul) foi decisiva na convocação da Conferência Nacional de Comunicação. Durante o encontro, realizado na cidade de Curitiba (PR), entre os dias 26 e 28 de abril, foi anunciado por Doático Santos, coordenador geral do Fórum, o compromisso do governador do Paraná, Roberto Requião, sobre a criação de um comitê permanente pró-Conferência Nacional de Comunicação.
Com a adesão, o Paraná será a segunda Unidade da Federação a apoiar a realização de um evento estadual, com a parceria da sociedade civil, para discutir as políticas públicas em torno da comunicação. Tudo com o objetivo de que em 2009 seja realizada uma Conferência de âmbito nacional. O primeiro governo a apoiar a luta foi o da Bahia. “A sociedade civil está preparada para a convocação da conferência pelo governo federal. Isso possibilitará que as discussões em torno de uma comunicação democrática ocorra em âmbito nacional”, disse o presidente do CFP, Humberto Verona.
A conselheira do CFP, Roseli Goffman, foi uma das seis representantes da instituição a participar do encontro. Durante o evento, que contou com a presença de parlamentares e integrantes de movimentos sociais do Brasil e de outros 12 países da América Latina, o Conselho conseguiu reunir uma parcela significativa da liderança da luta pela democratização da comunicação. “Quase todos os setores importantes do país, como a Educação e a Saúde já convocaram conferências democráticas para discutir suas políticas públicas. O setor de comunicação precisa seguir o exemplo”, afirmou Roseli, que coordenou a mesa de encerramento Chamada para a Conferência Nacional de Comunicação. “É preciso uma participação social ampla, de forma que todos os setores da sociedade sejam ouvidos. O governo e o Brasil precisam dessa Conferência”, reiterou a secretária de Comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rosane Bertotti.
Humberto Verona enfatizou a necessidade de realização da Conferência. “É fundamental que a gente possa articular nossos esforços, grupos e idéias como forma de reduzir o poder de influência da mídia em nossa sociedade. Só assim, acredito, a comunicação estará a serviço de um mundo mais solidário e capaz de produzir laços sociais consistentes e sustentáveis seja na América Latina ou em qualquer outra parte do planeta”, ressaltou o presidente do CFP.
Para o coordenador geral do Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação (FNDC), Celso Augusto Schröder, a concentração da propriedade dos meios de comunicação é um impedimento para a democracia do Brasil e da América Latina. “É urgente implementar um efetivo controle público sobre o setor. Não é estatizar, mas atribuir um estatuto de controle social e reorganizar os sistemas por meio de mecanismos de regulação. Em nosso país existem seis redes que dominam o mercado da comunicação”, comentou. “Defendemos todo e qualquer direito de liberdade de expressão, mas que este direito venha com qualidade”, completou Schröder, que também é vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Durante a discussão, o senador boliviano Abrão Cueller Araújo disse que no país dele existem 15 emissoras de TV a cabo que dominam o mercado e mais três emissoras estatais. “O clamor por uma Conferência Nacional de Comunicação já pautou as discussões do Fórum”.
Além de Humberto Verona e Roseli Goffmam, o CFP estava representado por Clara Goldman, Marcos Ferreira, Ricardo Moretzsohn e Ana Bock.
O Conselho Regional de Psicologia do RS esteve representado pelas conselheiras Karen Eidelwein e Ivarlete Guimarães de França.
Fonte: Conselho Federal de Psicologia