O CRPRS deu início ao projeto Conversando com a Comissão de Ética reunindo psicólogos/as para discutir sobre a produção de documentos. O encontro foi realizado na quinta-feira, 28/05, na sede do Conselho.
A importância de se ampliar o debate sobre essa discussão foi ressaltada pela presidente da Comissão de Ética, Luciane Engel. Para a conselheira Zuleika Köhler Gonzales, integrante da Comissão, é preciso atrelar técnica a uma reflexão ética. Ao produzir um documento, por exemplo, o/a psicólogo/a deve refletir sobre a finalidade e para quem está fazendo isso. “Vivemos em uma época em que a técnica é prioridade. Com isso, percebemos que, muitas vezes, não há uma reflexão ética sobre a técnica aplicada. Precisamos lembrar que grandes barbáries de nossa história foram embasadas em técnicas científicas”, alertou.
A escrita e a escolha de técnicas e procedimentos para a elaboração de documentos psicológicos devem ser feitas com base em marcos legais, éticos e técnicos. O coordenador da Área Técnica, Lucio Garcia, explica que o/a psicólogo/a fundamenta sua prática considerando esses aspectos, tendo total autonomia para definir instrumentos e embasamentos que irão fundamentar sua técnica e a forma como produzirá o documento.
Lucio apresentou a Resolução do CFP nº 007/2003, que institui o Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo/a psicólogo/a, decorrentes de Avaliação Psicológica, e a Resolução nº 008/2010, que dispõe sobre a atuação do/a psicólogo/a como perito e assistente técnico no Poder Judiciário.
Uma das áreas que mais produz documentos é a de Avaliação Psicológica. Nesse caso, o/a psicólogo/a deve refletir sobre os objetivos da avaliação, as particularidades do grupo ou individuo que está sendo avaliado, e as limitações de sua técnica. “O profissional nem sempre terá resposta para tudo. Há quesitos solicitados em uma avaliação que, muitas vezes, não podem tecnicamente serem respondidos. Nesse caso, precisa fundamentar sua justificativa informando essa impossibilidade”, afirmou Lucio.
A psicóloga fiscal, Letícia Giannechini, integrante da Comissão de Ética ressaltou a importância do/a profissional avaliar a necessidade da demanda antes de atendê-la e, em caso de dúvidas, consultar colegas ou o próprio Conselho, que está à disposição para orientar os profissionais que tiverem dúvidas na produção de documentos.
Os cuidados que o psicólogo/a deve ter ao produzir documentos para perícia, a questão do sigilo profissional, a identificação e guarda de documentos, as diferenças entre laudo, parecer e prontuário, foram outros pontos ressaltados na apresentação da Área Técnica.
No encontro com a Comissão de Ética, os participantes puderam esclarecer dúvidas e debater sobre situações vivenciadas em suas práticas. Sugestões de temas para os próximos “Conversando com a Comissão de Ética” podem ser enviadas para o e-mail comissoes@crprs.org.br.