A pandemia de coronavírus tem causado muitas dúvidas na população em relação ao contágio entre humanos e animais. Notícias de animais em zoológico que testaram positivo para o SARS-CoV2 (vírus responsável por desencadear a Covid-19), assim como relatos de suposta contaminação de alguns animais de companhia, têm surgido com frequência nas últimas semanas. As pesquisas científicas para buscar essas respostas estão sendo desenvolvidas em todo o mundo, e são atualizadas diariamente. São descobertas ainda em análise e que requerem atenção.
Por isso, a Comissão de Saúde Única do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) está empenhada em acompanhar todas as informações científicas, de forma a elucidar dúvidas da população sobre a atual pandemia de Covid-19 na saúde humana e animal.
Os comunicados do CRMV-RS serão atualizados sempre que houver qualquer novidade a respeito, com compromisso ao combate a informações falsas e irresponsáveis que possam causar ações danosas à sociedade.
Informações com base na situação verificada até o dia 8 de abril de 2020:
- A recomendação é que pessoas acometidas por qualquer doença infecciosa – não apenas a Covid-19, mas também dermatites e gripes, por exemplo – aumentem os cuidados com higiene, como lavar as mãos com frequência, por exemplo, e diminuam o contato com outras pessoas e com animais.
- Reduzir o contato não significa tirar os animais de casa ou se afastar das funções de tutor. A rotina de cuidados precisa ser mantida, como a oferta de alimentação e água fresca, cuidados com a saúde e a higiene, garantia de acesso a locais em que possam fazer suas necessidades básicas.
- A indicação refere-se à necessidade de o tutor, se doente, evitar contatos mais próximos, como dormir com o animal na cama, beijá-lo ou mantê-lo no colo, para citar alguns exemplos.
- Essa orientação é geral e segue protocolos de saúde que buscam reduzir a exposição de outros indivíduos a qualquer tipo de vírus, de forma a evitar o intercâmbio ou adaptação desses agentes infecciosos em diferentes espécies.
- É importante lembrar que os casos de animais positivos para o SARS-CoV2 e que envolvem principalmente felídeos (grupo que inclui gatos domésticos e seus “parentes” silvestres, como jaguatiricas, onças, tigres e leões) ainda estão baseados em poucos testes experimentais – quando o animal é infectado em laboratório para estudo da doença – ou após exposição a pessoas infectados.
- Relatório da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) divulgado nesta segunda-feira (6/4) informa que um tigre foi positivo no teste para o SARS-CoV2, e outros tigres e leões considerados suspeitos de estarem infectados, supostamente devido ao contato com um funcionário assintomático de um zoológico dos Estados Unidos.
- No entanto, documento revela que o potencial de transmissão entre espécies diferentes ainda é desconhecido. Isso significa que os estudos não são suficientes para comprovar se a doença realmente foi transmitida por um humano aos animais.
POR ISSO, ATENÇÃO!
- Os resultados dos estudos feitos em animais contaminados até agora não são conclusivos nem suficientes para afirmações sobre as formas que o vírus é transmitido.
- Até o momento, as pesquisas científicas não comprovam a possibilidade de transmissão do vírus de animais para humanos.
- Ainda não há dados que indiquem que qualquer animal doméstico tenha algum papel na disseminação de SARS-CoV2.
- Mas é importante reforçar que o SARS-CoV2 é considerado um patógeno zoonótico, ou seja, um microrganismo causador de doenças que potencialmente infecta humanos e animais. Desta forma, sua capacidade de disseminação entre espécies diferentes não pode ser descartada, porém, deve ser tratada com cautela para evitar divulgação de informações equivocadas.
O momento exige cautela e atualização constante das informações com base em fontes científicas, e também que todos nós reforcemos o compromisso com a guarda responsável e CONTRA O ABANDONO DE ANIMAIS.
Fonte: Conselho Regional de Medicina Veterinária
Nota publicada em 08/04.