Em diálogo com escolas e universidades, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) realizou, em 30/03, a live “Os impactos do ensino remoto na saúde mental de crianças e adolescentes”. Encontro também repercutiu desigualdades na educação durante a pandemia. A iniciativa integrou o projeto Saúde Mental de Janeiro a Janeiro, que tem a proposta de promover encontros mensais sobre saúde mental em interface com temas diversos.
Para a Comissão de Educação do CRPRS, é importante compartilhar experiências de profissionais de outro estado sobre o tema para pensar e agir no contexto do Rio Grande do Sul.
A coordenadora da Comissão de Orientação em Psicologia, Saúde Mental e Outras do CRP-MG, Cristiane Nogueira, mediou o encontro e realçou que a adoção do ensino remoto escancarou e agravou as desigualdades existentes no país. Dados do Datafolha mostram que 10,6% dos estudantes da classe D e E pararam de frequentar as escolas.
Após a abertura, a palavra foi passada para o conselheiro de referência da Comissão de Orientação em Psicologia Escolar e Educacional do CRP-MG, Luís Henrique Cunha. O conselheiro explicou que, ao atuar em interface com a Educação, a Psicologia deve assumir uma postura crítica e que leve em conta toda a comunidade escolar. Nesse sentido, quando se fala sobre a pandemia, Luís Henrique apontou que o principal ponto é o impacto do distanciamento social para as/os estudantes, que se relaciona não apenas com a aquisição de conhecimento, mas também com as outras funções da escola, como a social e protetiva. “Em muitas situações, a escola é abrigo para situações de risco e vulnerabilidade de violência doméstica e maus tratos”, afirmou.
O convidado do evento foi o professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei e coordenador da Comissão de Orientação em Psicologia Escolar e Educacional do CRP-MG, Celso Tondin. Celso enfatizou que não é possível afirmar que os transtornos aumentaram, mas que ficaram mais perceptíveis e que, portanto, é necessário que os adultos da família não assustem ainda mais as crianças. “Todos nós temos uma função protetiva e a nossa fala é sobre o cuidado com o aprendizado e o desenvolvimento. Crianças mais ansiosas e com episódios mais frequentes de humor deprimido precisam ser acolhidas por nós, sejamos familiares ou educadoras/es escolares, e dizer para elas, a única segurança que podemos garantir nesse momento atípico: ‘eu estou com você’”, comentou o psicólogo.
Informações: CRP-MG
Assista ao evento na íntegra: