Com o objetivo de conhecer e qualificar a realidade do exercício profissional nos atendimentos prestados nos planos de saúde, o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRPRS) realizou pesquisa junto à categoria sobre a atuação dos psicólogos/as vinculados/as a planos de saúde. O resultado dessa iniciativa, organizada pela Comissão de Psicoterapia, foi apresentado em reunião da Comissão na sexta-feira, 24/04, na sede do CRPRS.
A pesquisa foi realizada virtualmente de 06/10 a 06/11 do ano passado e contou com a participação de 189 psicólogos/as. Dos participantes, 63% não atuam com planos de saúde, principalmente pela dificuldade de os profissionais se vincularem às operadoras de saúde suplementar de suas regiões. Entre os que trabalham com planos, a grande maioria é da Região Metropolitana e da Serra e estão vinculados à mesma operadora há, em média, 4,6 anos. Para 61% dos participantes, esse vínculo é como profissionais autônomos e 24%, como pessoas jurídicas.
O levantamento também revelou que 34% dos pesquisados realizam atendimento individual pelo plano; 14% realizam avaliação psicológica; 13%, atendimento para casal e 11%, psicodiagnóstico ou atendimento familiar. A média de duração da consulta psicológica é de 45 minutos para atendimentos individuais e 55 minutos para atendimentos em grupos.
Para a Comissão de Psicoterapia do CRPRS, determinações quanto a quantidade de consultas autorizadas e o tempo para o tratamento é preocupante. Para 27% dos pesquisados, o paciente tem direito a até 12 consultados por ano, o que dá, em média, apenas uma consulta por mês. Além disso, alguns planos determinam o prazo de tratamento e adotam critérios para o paciente ter direito a consultas psicológicas. O controle feito pelas operadoras de planos de saúde sobre a atuação profissional do psicólogo/a que, em alguns casos, exigem grande quantidade de trabalho burocrático, é outro aspecto que chama a atenção da Comissão.
A necessidade do encaminhamento ao/à psicólogo/a ser feito por um médico foi outra dificuldade relatada pelos pesquisados, por tirar a autonomia do paciente, em buscar o atendimento, e do profissional, o que remete ao Ato Médico.
Questões referentes à remuneração e condições de trabalho inadequadas também foram relatadas pelos pesquisados e serão repassadas ao Sindicato de Psicólogos do Rio Grande do Sul.
Com relação a vantagens em se trabalhar com os planos de saúde, foram citados aspectos como a garantia de recebimento de honorários e a possibilidade de acesso a grupos específicos para atendimento.
A partir de agora, o CRPRS dará início à produção de material orientativo sobre o trabalho da Psicologia na Saúde Suplementar e irá divulgar leis que normatizam a psicoterapia nesse campo. Além disso, o Conselho tentará agendar reunião com Núcleo da Região Sul da Agência Nacional de Saúde Suplementar para apresentar o resultado dessa pesquisa.
Clique aqui e confira resumo da pesquisa realizada pelo CRPRS sobre a atuação dos psicólogos/as vinculados/as a planos de saúde.
Apresentação nas Subsedes
O resultado da pesquisa será apresentado pelos Núcleos de Psicoterapia das Subsedes do CRPRS. Na Subsede Serra, a apresentação está agendada para 13/05, às 9h. Saiba mais informações clicando aqui.