No sábado, 10/09, o CRPRS, por meio do Grupo de Trabalho de Psicologia do Trânsito da Comissão de Avaliação Psicológica, promoveu em parceria com a Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (Abrapsit) a Jornada de Psicologia do Tráfego.
A mesa de abertura tratou sobre a valorização do trabalho da/o psicóloga/o do trânsito e sua importância no processo de formação das/os condutoras/es como forma de preservar vidas no trânsito. Foi composta pelo Coordenador da Coordenadoria Psicológica do DETRAN/RS, Paulo Afonso Santos Filho; Diretora da Escola Pública de Trânsito no DETRAN/RS, Carla Badaraco Guglielmi; Conselheiro Diretor Técnico CETRAN, Carlos Tatsch ; Diretora Científica da ABRAPSIT, Juliana Guimarães; Diretor Geral do DETRAN/RS, Marcelo Solleti de Oliveira; Conselheira Presidenta do CRPRS, Ana Luiza de Souza Castro; Conselheira e Presidenta da Comissão de Avaliação Psicológica do CRPRS, Fabiane Machado e da Presidenta da ABRAPSIT, Patrícia Sandri.
Paulo Afonso Santos Filho falou sobre um tema que é muito recorrente, a necessidade de valorização do trabalho da Psicologia no trânsito e a importância da/o psicóloga/o do trânsito no processo de formação dos condutores como forma de preservar vidas no trânsito. “Essa valorização tem que partir da gente, nós temos que valorizar nosso trabalho para que as pessoas possam ver esse trabalho com valor”, confessou o Coordenador da Coordenadoria Psicológica do DETRAN/RS.
Carla Badaraco Guglielmi trouxe uma visão enquanto educadora de trânsito, para que se pudesse pensar de outras formas todas as etapas. “Imagine que depende de nós, psicólogas/os e educadoras/es, de contribuir com o desenvolvimento emocional e cognitivo da vida psíquica desse condutor/a, pedestre, ciclista que passa por nós” revelou a Diretora da Escola Pública de Trânsito no DETRAN/RS.
Carlos Tatsch explicou o que era o Cetran, quais as suas funções e onde pode contribuir para formação de novas/os condutoras/es. “A avaliação psicológica é extremamente importante, sempre fortalecemos essa questão de que precisamos aperfeiçoar o que há de existente na formação de condutoras/es e não afrouxar, como está acontecendo, a legislação de pontos influencia muito psicologicamente e mentalmente a/o condutora/o” disse o conselheiro Diretor Técnico CETRAN.
Para Juliana Guimarães é importante considerar o espaço de convivência do trânsito, no qual tanto pedestres quanto condutoras/es vivem e contribuem no processo inteiro de formação. “Não basta apenas dirigir bem, controlar as marchas e o carro, é saber controlar suas emoções em confronto com essas emoções alheias ali circulando”, revelou a Diretora Científica da ABRAPSIT.
O Diretor Geral do DETRAN/RS, Marcelo Solleti de Oliveira, ressaltou a importância da cultura no trânsito e o quanto leva tempo para que os hábitos corretos comecem a ser cultuados. “Temos a capacidade de mudar vidas em nossas mãos, encontros como esse mostram o quanto a cultura já mudou”, expressou.
A conselheira do CRPRS Fabiane Machado mencionou a necessidade de prestar atenção na relação entre as instituições e falar da avaliação psicológica direto com o legislativo. “Temos que nos juntar e estarmos abertos para o diálogo com as instituições porque é assim que construímos o dia a dia da nossa profissão”.
A presidenta da ABRAPSIT, Patrícia Sandri, fechou a mesa de abertura convidando as/os profissionais a interagirem mais com as instituições. “Estar nesses processos de transformação é o que vai nos valorizar e automaticamente vem também a questão da nossa remuneração” falou.
Seguindo a programação, a segunda mesa da manhã foi sobre Diálogos da Educação e Psicologia para um Trânsito mais seguro e respeitoso com a palestrante Carla Badaraco Guglielmi. Carla trouxe os princípios da educação para o trânsito, ressaltou a importância da responsabilidade nas escolhas individuais que refletem no coletivo do trânsito. “Reafirmo a necessidade de termos os nossos espaços, conquistarmos os nossos espaços e ser nosso lugar de fala da educação, da Psicologia e da psicoeducação. Vamos cunhar esse termo e daqui para frente nos comprometer a avançar na psicoeducação”, finalizou a diretora da Escola Pública de Trânsito no DETRAN/RS.
No início da tarde tivemos a mesa os aspectos cognitivos na perícia psicológica: importância da atenção, memória e inteligência com o diretor de Relações Institucionais da ABRAPSIT e 2º Secretário do IBAP, Fabian Rueda. Fabian explicou as técnicas para perceber os processos e para pensar como essas capacidades acontecem no âmbito do trânsito. Com o auxilio de uma apresentação contextualizou a criação das avaliações psicológicas no trânsito.
A mesa seguinte foi sobre perícia psicológica do trânsito, avaliação pericial e junta psicológica com a diretora científica da ABRAPSIT, Juliana Guimarães. Ela explicou que o envolvimento do público com a avaliação psicológica e um diagnóstico em consultório clínico vai ser diferente, pois a pessoa não procura para a perícia de fato e sim a carteira de motorista. “Friso aqui os fenômenos psicológicos resultantes da relação do individuo com a sociedade, o trânsito precisa saber como nos relacionamos”, expressou Juliana.
A última mesa do dia foi ministrada pela psicóloga, mestra em reabilitação e inclusão e especialista em avaliação psicológica e clínica, Cristiane Antunes Russo Rangel e tratou sobre a personalidade na perícia psicológica: um olhar qualitativo em teste de personalidade. A psicóloga apresentou alguns casos para alertar de que os testes apenas entregam sinalizações importantes, mas não é apenas nisso que deve se basear na hora do resultado final. “Quando fazemos testes expressivos de personalidade temos que ficar atentos que essas atividades expressivas vão estar associadas ao modo que esse individuo vai se colocando nesse ambiente, seja emocionalmente estável ou não, o teste só vai me sinalizar fenômenos que eu tenho que investigar”, apontou a psicóloga.
O evento está disponível no canal do Youtube do Conselho Regional de Psicologia do RS.