O CRPRS integrou na quarta-feira (16/05) a programação oficial do evento “Loucos por democracia”, organizado pelo Fórum Gaúcho de Saúde Mental (FGSM), Nau da Liberdade e Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa em comemoração ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial.
A conselheira Manuele Araldi, que também integra o FGSM, fez uma intervenção durante a mesa “Resistência, liberdade e cidadania – saúde mental é vida”, que reuniu outros oito militantes da causa da saúde mental no Estado. A palavra de ordem do evento foi resistência.
Manuele defendeu uma articulação dos diversos movimentos que atuam a favor de políticas inclusivas aos usuários das políticas de saúde mental e disse que a resistência aos retrocessos atuais, expressos principalmente na recente inclusão dos hospitais psiquiátricos na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), deve ser essencialmente política.
“E não só micropolítica, ou seja, nos nossos ambientes de atuação. É necessário entender que resistência é um processo coletivo, capaz de enfrentar esse sistema avassalador de retirada de direitos”, disse. A conselheira lembrou também que sua geração, nascida sob a proteção da Constituição de 1988, tem obrigação de lutar pela manutenção das conquistas do processo de redemocratização do país. “Precisamos honrar os que vieram antes de nós”, completou.
Durante a mesa foi apresentado o vídeo do CRPRS produzido para a campanha da luta antimanicomial. A animação, com cerca de um minuto, explica como deve ser o cuidado profissional em liberdade em uma rede de atenção psicossocial. O vídeo pode ser acessado aqui.
O evento, realizado no Auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa, reuniu um grande público. A programação iniciou com uma Caminhada da RAPS, que percorreu as principais ruas do Centro de Porto Alegre durante a manhã da quarta-feira. Às 10h foi realizada a audiência pública “Desafios e retrocessos da reforma psiquiátrica em um estado de exceção”. Durante todo o dia foram realizadas performances culturais a cargo do grupo Nau da Liberdade.
Também houve o lançamento do e-book sobre os 25 anos da lei da reforma psiquiátrica no Rio Grande do Sul, organizado por Simone Paulon, Sandra Fagundes e Carmen Oliveira, e a sessão de autógrafos dos livros “Holocausto brasileiro: vida, genocídio e 60 mil mortes no maior hospício do Brasil” e “Todo dia a mesma noite: a história não contada da boate Kiss”, ambos da jornalista Daniela Arbex. A jornada terminou com a mesa “Narrativas da loucura e vozes da liberdade”.