Na noite de ontem, 27/01, às 19h, o CRPRS lançou o protocolo temático "Avaliação psicológica e uso de testes psicológicos: cuidados técnicos e éticos antes, durante e após a pandemia", em seu canal do YouTube. A live, organizada pela Comissão de Avaliação Psicológica do Conselho e pelo Grupo de Trabalho (GT) de Biossegurança COVID-19, contou com a participação de três convidadas, além da mediação da conselheira Fabiane Machado (CRP 07/8713).
Durante 2020, a Comissão percebeu que os trabalhos referentes às questões de avaliação psicológica foram diretamente afetados pelo modelo de distanciamento social, imposto pela pandemia. “Imediatamente, começamos a elaborar um protocolo de biossegurança, porque era necessário garantir tanto a segurança dos pacientes como a de nós mesmas/os, psicólogas/os.”, afirmou Fabiane ao explicar sobre a cartilha lançada. Clique aqui para conferir o arquivo completo.
Na tentativa de contextualizar a situação, a convidada Ana Carolina Peuker (CRP 07/11084), CEO da Bee Touch - Inovação e Gestão em Saúde, Colaboradora da Comissão de Avaliação Psicológica e integrante do GT de enfrentamento à COVID-19 da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), salientou que a área da Psicologia é bastante tradicional, principalmente a de avaliação psicológica que é, ainda, muito baseada no ‘lápis e papel’. “E, de uma hora para outra, tivemos que repensar a nossa prática, no sentido de como ela poderia ser conduzida no âmbito digital.”. Para Ana, o momento é de aprendizagem e atenção. “Todo mundo começou a usar recursos tecnológicos e a nossa infraestrutura não estava tão bem preparada para isso”, lembrou, ao relatar casos em que o sinal do wifi caiu no meio de sessões.
Ela trouxe, ainda, algumas orientações, como: deixar evidente para o paciente que pode ocorrer interferências no atendimento remoto; investir em uma banda larga estável e manter os aplicativos de videochamadas atualizados; é recomendado o uso de fones de ouvido (para preservar o sigilo entre paciente e profissional) e, também, de ficar atento ao ângulo e a luz da sua imagem na câmera. “E o código de ética profissional deve ser sempre observado pela/o psicóloga/o. Ela/e deve se manter atenta/o a legislação e, por isso, consultar, frequentemente, o site do Sistema de Avaliação e Testes Psicológicos (SATEPSI) para saber quais são os testes e instrumentos válidos para o contexto digital e/ou presencial.”
Em complemento à fala de Ana, a segunda convidada da live, Valéria Gonzatti (CRP 07/14239) - professora de Psicologia UNISC e colaboradora da Comissão de Avaliação Psicológica – reforçou que deve haver um cuidado muito grande na hora de aplicar instrumentos e testes, no contexto de atendimentos remotos. “A consulta no site do SATEPSI é extremamente importante, justamente, para responder aquela pergunta do ‘Como eu, psicóloga/o, devo aplicar os testes e a adaptá-los?’. Muitos desses materiais, por exemplo, só podem ser utilizados na forma impressa e não devem ser alterados para o meio digital.”, comentou.
Valéria destacou, também, algumas precauções que devem ser tomadas na hora de enviar documentos psicológicos on-lines: verificar o endereço de e-mail correto do paciente e fazer assinatura digital em cada arquivo, como, por exemplo, uma marca d’agua. “Assim, evitamos que se multiplique casos relacionados ao uso indivíduo de algum instrumento ou alguma técnica psicológica.”, ressalta.
Por fim, a terceira e última convidada, Daiana Meregalli Schütz (CRP 07/19495) - sócia diretora da Atena Avaliações Psicológicas e Psicoterapia e colaboradora da Comissão de Avaliação Psicológica -, no decorrer da transmissão, abordou como interpretar, neste contexto pandêmico, os resultados de uma avaliação psicológica. “É necessário entender que a avaliação psicológica tem um pensamento clínico da Psicologia e a gente precisa fazer uma compreensão sistêmica desses dados obtidos, observando o indivíduo antes – quais são os antecedentes que ele traz –, o contexto atual – a sua cultura, as circunstancias e pesar também em um prognostico –, e como vai ser depois – como ele vai receber os resultados dessa avaliação, independente da forma que foi realizada.”, questionou.
Ao longo da transmissão, foram respondidas algumas perguntas frequentes da categoria, como, por exemplo, “Comecei uma avaliação presencial e houve interrupção pela pandemia. Como proceder?” ou “Qual a diferença entre instrumento informatizado, online e remoto?”.
Segundo Ana Carolina, todas essas questões modificaram o contexto da avaliação. “Trouxeram também consigo a necessidade do profissional poder refletir a respeito desses recursos digitais: quando que eles podem, de fato, ser utilizados sem afetar a qualidade daqueles dados que vão ser obtidos.”, afirmou a psicóloga ao entender que é um momento não só de dificuldade, mas também de evolução para a área da Psicologia.
- Clique aqui para acessar o "Protocolo de Biossegurança temático - Avaliação psicológica e uso de testes psicológicos: cuidados técnicos e éticos antes, durante e após a pandemia"
- Assista à live na íntegra: