O CRPRS participou, nos dias 19 e 20/01/2017, do Fórum Social das Resistências, que aconteceu em Porto Alegre e teve como tema “Democracia e Direito dos Povos e do Planeta”. O FSR é inspirado no Fórum Social Mundial, que teve sua primeira edição em Porto Alegre, no ano de 2001. O evento é um contraponto ao Fórum Econômico Mundial, que aconteceu em Davos, na Suíça. A programação do FSR resultou de processos de articulação política e de diálogo entre diversas organizações sociais.
No dia 19/01, a conselheira do CRPRS, Fernanda Facchin Fioravanzo, participou da “Assembleia dos Povos e Movimentos em Resistências”, no Auditório Araújo Viana. Na ocasião, representantes dos movimentos sociais tiveram a oportunidade de se posicionar em favor da democracia e em contrariedade aos retrocessos políticos que acontecem em âmbito federal e internacional.
Já no dia 20/01, o conselheiro Bruno Graebin de Faria; as conselheiras Cristina Maranzana, Fernanda Facchin Fioravanzo e Manuele Montanari Araldi; e as colaboradoras Deisi Moraes e Tatiane Baggio estiveram presentes na roda de conversa "Saúde Mental e Resistência", promovida pelo Fórum Gaúcho de Saúde Mental, no Auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa. Manuele problematizou a questão da saúde mental em tempos de retrocesso e apontou que o papel das instituições deve ser colaborativo em relação ao protagonismo dos movimentos sociais implicados à Luta Antimanicomial. Fernanda falou dos Institutos Psiquiátricos Forenses e dos hospitais de custódia enquanto espaços que a Reforma Psiquiátrica Antimanicomial ainda não atingiu transversalmente no território nacional. A conselheira falou ainda da Lei 7.210, de 11/07/1984 (Lei de Execuções Penais) cuja data é anterior à Constituição da República Federativa do Brasil e, por este motivo, não prevê todos os avanços das políticas sociais brasileiras posteriores ao processo de abertura democrática, em especial relativos ao Sistema Único de Saúde nas políticas de atenção em saúde básica e em saúde mental para as pessoas em privação de liberdade no sistema prisional. Além disso, Bruno pautou a necessidade constante de debate público sobre a saúde mental por parte dos movimentos sociais e das instituições e destacou a agenda de ampliação do CRPRS em relação à questão.
À tarde, as conselheiras estiveram no debate "Quais os impactos do desmonte da Política de Assistência Social na agenda 2030? Quais os desafios para atingir o desenvolvimento sustentável?", promovido no Auditório Dante Barone. A ministra Tereza Campello, que permaneceu à frente do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome de 2011 a 2016, falou da sua experiência na gestão de programas do Governo Federal como o Bolsa Família e o Fome Zero, além de abordar os impactos destas políticas na erradicação da pobreza e do trabalho infantil. Os resultados foram apresentados por meio de gráficos.
À noite, a conselheira Fernanda, representante do CRPRS no Comitê Estadual de Combate à Tortura do Rio Grande do Sul, participou da roda de conversa cujo tema foi "O estado atual da Política Nacional e da Política Estadual de Prevenção e Combate à Tortura". Júlia Barros Schirmer, atual presidente do CECT (Centro de Educação, Consultoria e Treinamento), apresentou um panorama do momento de rearticulação da entidade frente às diversas denúncias de violência institucional contra a população, em especial, integrantes de movimentos sociais. A psicóloga Ivarlete Guimarães de França falou ainda do Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, instituído pela Lei 12.847, de 02/08/2013 e do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura.
O Fórum Social das Resistências aconteceu de 17 a 21/01/2017 e promoveu diversas rodas de conversa, mostras de cinema e outras expressões culturais. Além disso, no último dia do evento, foi lançada a proposta de realização do Fórum Social Mundial de 2018 em Salvador, na Bahia.