De 13 a 15/04, aconteceu o IX Congresso Latino-Americano da ULAPSI 2023, em Montevidéu, no Uruguai. Estiveram presentes, representando o CRPRS, as conselheiras Miriam Cristiane Alves, Marina Pombo, Eliana Sardi Bortolon, Thaíse Mendes Farias e os conselheiros Ademiel de Sant'Anna Junior, Luís Henrique da Silva Souza e Rafael Antônio Carneiro.
O tema desta edição do Congresso foi “Os caminhos de encontro da Psicologia da América Latina” e teve como objetivo fortalecer e definir caminhos para a Psicologia como ciência e profissão ao trabalhar desenvolvimento, crescimento e aprendizagem de nossos povos.
A presidenta do CRPRS, Miriam Cristiane Alves, destacou que o encontro foi marcado pela pluriversidade da presença brasileira. “Uma importante delegação que visibilizou psicólogas/os/ues negras/os/es, indígenas, LGBTQIA+, com deficiências, o que sinalizou a existência de Psicologias produzidas por esses corpos”, declarou Miriam.
Para a conselheira Marina Medeiros Pombo, o encontro foi um movimento potente na perspectiva de articulação não só com a categoria em si, mas também com outros Conselhos Regionais. “Acho sensacional essa possibilidade de conversar com colegas brasileiros, de outros estados, e com os colegas latino-americanos, de outros países, principalmente sobre as possibilidades da Clínica”, revelou a conselheira.
O conselheiro Rafael Antônio Carneiro destacou que o Congresso foi uma oportunidade de debater questões fundamentais para a Psicologia latino-americana, considerando as realidades regionais e das populações desses países. “Foi um momento de extrema importância. Nossa gestão pode levar um pouco da experiência no sentido da pluralidade e da diversidade e conseguimos dialogar sobre pautas fundamentais e muitas vezes invisibilizadas pela Psicologia, como, por exemplo, o papel de nossa profissão na desconstrução do capacitismo”, relatou Rafael.
Apesar de já conhecer o evento desde sua graduação, foi a primeira vez que o conselheiro Luis Henrique da Silva Souzapode estar nesse espaço, não só palestrando, mas também ouvindo e conhecendo as práticas produzidas nos diferentes contextos da América Latina. “Oxigenar meu pensamento para inventar e reinventar a Psicologia em meu cotidiano de trabalho e trazer isso para o Conselho é algo muito recompensador que tiro dessa experiência. Entender que a Psicologia e nós, psicólogues, não ocupamos esse lugar de salvadores de alguém ou da sociedade, mas que só podemos nos transformar se nos deixamos afetar pelos grupos, pessoas, populações e movimentos sociais e as interseccionalidades que os atravessam”.
O vice-presidente do CRPRS, Ademiel Sant’Anna Junior, destacou as mesas apresentadas pelas conselheiras do CRPRS, oportunidade de discutir as tecnologias ancestrais que pessoas negras e pessoas indígenas carregam consigo como estratégias de vivência nos espaços que ocupam. “Gosto de pensar que chegamos aqui pela luta de nossas mais velhas que vieram antes de nós e abriram tantos caminhos, mas, sobretudo, chegamos aqui porque nunca coubemos no silêncio. É justamente por isso que a Psicologia precisará sempre ampliar suas trincheiras no combate as opressões! Retorno deste evento esperançando ampliar essas discussões com a categoria!”, revelou.
Para a conselheira Thaise Mendes Farias, a ULAPSI serviu também para alinhar algumas demandas em relação à pesquisa em diversos campos da Psicologia. “O que ficou como uma grande mensagem é que nós precisamos construir a nossa Psicologia, que reflita as necessidades latino-americanas e que possamos afirmar os nossos referenciais teóricos e práticos”.
A conselheira Eliana Sardi Bortolon problematizou com outras entidades participantes as políticas públicas como um lugar da Psicologia para a Psicologia. “Nesse sentido, temos que estar preparados para fazer uma Psicologia crítica, de acordo com o nosso código de ética profissional, em defesa da vida dos Direitos Humanos, nessa perspectiva transformadora de subjetividades das histórias de vida, mas também das comunidades e da sociedade em que estamos inseridos” reforçou.
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