O CRPRS participou, na manhã de 17/07, da roda de conversa “ConscientizaPsi: Psicologia e Educação em Foco”, organizada pela Faculdade Integrada de Santa Maria (FISMA) e seus acadêmicos. O intuito era discutir a regulamentação da Lei 13.935/19 e as contribuições da categoria na Educação. Na ocasião, representaram o Conselho as colaboradoras da Comissão de Educação do CRPRS Silvana Borges, coordenadora do Núcleo de Educação da Subsede Centro-Oeste, e Monique Doormann.
Para Silvana, que além de membro do CRPRS, também é docente de Psicologia na FISMA, esse é um momento crucial para que a Lei 13.935/19 seja, de fato, consolidada e se torne uma política pública. “A Lei 13.935/19, que garante a atuação de psicólogas/os e assistentes sociais nas redes públicas de Educação básica, veio a ser sancionada após, praticamente, 20 anos de tramitação do seu Projeto de Lei. Então, agora é o momento que a gente, enquanto categoria, precisa fazer com que ela se concretize, transformando-se, de fato, em uma política pública, porque sabemos que, no Brasil, somente a existência da lei não garante que ela seja efetivada.”
A docente apresentou, ainda, o manual “Psicólogas/os e assistentes sociais na rede pública de educação básica”, produzido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), a fim de orientar a classe acerca da regulamentação da lei. “É fundamental que a gente se ampare nos nossos marcos referenciais, a Psicologia Escolar existe há um bom tempo, embora seja, até hoje, pouco praticada em escolas públicas”, explicou.
“As pessoas ainda têm dúvida de qual é o nosso papel dentro da escola”, afirmou Monique Doormann ao frisar que a Lei 13.935/19 diz que é preciso que psicólogas/os estejam dentro da escola, mas não orienta em relação a qual o tipo de fazer psicológico oferecer. “Por isso, é tão interessante acessar o manual do CFP e CFESS e, as cartilhas produzidas pelo Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) e pelo CRPRS, respectivamente, “Referências técnicas para atuação de psicólogos na educação básica” e “Psicologia na educação: saberes e fazeres”.
Monique destacou a diferença entre “psicóloga/o educacional”, que pensa sobre a educação, faz pesquisas e trabalha com a parte teórica, e “psicóloga/o escolar”, que é aquela/e que está inserida/o na prática. “Ao falarmos do papel do psicólogo escolar, é importante lembrar que o nosso objetivo principal é a prevenção. A gente sempre vai manter esse olhar clínico, mas, nesse momento, precisamos diferenciar, também, olhar clínico de atendimento clínico. As escolas, muitas vezes, procuram a/o psicóloga/o escolar acreditando que a gente vai fazer atendimentos clínicos, e isso não pode se tornar a nossa prática, porque foge daquela atuação com um olhar para a educação e volta para essa lógica de patologização”, relatou.
A convidada salientou que o papel da/o psicóloga/o no ambiente escolar é procurar entender todos os atores que estão protagonizando determinada situação para fazer uma avaliação psicológica no sentido de construir novos caminhos e, não, para fazer psicodiagnósticos. “Quando a gente fala de avaliação psicológica, é no sentido de avaliar potencialidades e dificuldades e, ainda, pensar em intervenções. E não eu sozinha fazer a intervenção, como seria em um ambiente de Psicologia Clínica. Ou seja, pensar que tipo de reflexão a gente pode propor para esses atores (coordenadores, professores, alunos e etc,) para que haja uma mudança nas atitudes e nas estratégias. É assim que trabalhamos, efetivamente, a favor do processo educacional.
A atividade contou com a fala de mais duas convidadas, Suélen Ilha, especialista em Orientação Educacional e Psicologia Escolar, e Fernanda Furlan, pedagoga e especialista em gestão escolar.
Assista toda a roda de conversa na íntegra: