A conselheira Maria Luiza Diello, integrante do GT Canábico do CRPRS, participou, em 13/04, do Encontro Preparatório para o I Congresso Brasileiro de Psicologia, Maconha e Psicodélicos, realizado na sede do Conselho Federal de Psicologia (CFP), em Brasília/DF. A atividade faz parte das ações do GT da Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (APAF) do Sistema Conselhos de Psicologia para produção de orientação e regulamentação do uso assistido de psicodélicos e de maconha em contexto psicoterapêutico.
Na ocasião, foram feitas apresentações sobre contextualização e marcos legais, com a participação de Emilio Figueiredo (Rede Reforma) e Sandro Rodrigues (Associação Psicodélica do Brasil), e sobre substâncias e manejo, com Yara Nico (Psicoterapeuta Instituto Phaneros) e Fernando Beserra (Associação Psicodélica do Brasil). O encontro contou com a presença de integrantes do GT, de representantes de todos os Conselhos Regionais de Psicologia, assim como, de profissionais Ad hocs que subsidiarão as conversações no GT e a produção de documentos orientativos e regulamentadores. “A partir das apresentações aconteceram intensas e amplas conversações, contemplando o plano de trabalho institucional, os estudos científicos relacionados e as cosmopercepções, sobre o uso assistido de psicodélicos e maconha em contexto psicoterapêutico”, avalia Maria Luiza.
A pauta da maconha terapêutica já vem sendo trabalhada no CRPRS desde a constituição do GT Canábico, em abril de 2023, na perspectiva da produção de pensamento sobre as ecologias humanas, sociais, ambientais e políticas. “Nosso objetivo é pensar as mais diversas capturas em que nos jogam os predatórios e danosos modos de vida que historicamente aprendemos e o lugar e a atuação das psicologias, na incidência técnica e profissional, nos mais diferentes existires, na vida das pessoas com que trabalhamos”, afirma a conselheira. A partir de novembro de 2023, foi organizado um Grupo de Trabalho da Região Sul, com representantes dos CRPs do RS, PR e SC, para produção de ações em comum, nos três Regionais, trabalhando as pautas da maconha terapêutica e do uso assistido de psicodélicos em contexto terapêutico.
“Estamos colocando em pauta a maconha terapêutica – e também o uso assistido de psicodélicos –, tendo-a como uma importante aliada em nossa visada e em nosso entendimento sobre os modos de operar a desmedicalização, a desmedicamentalização e a patologização da vida, produzindo modos de desconstituir a cultura da medicalização, da medicamentalização e da patologização dos sofrimentos mentais, das tristezas, das melancolias, dos estados depressivos, dos afetos, dos desencontros existenciais, das domas químicas; desconstituir ou redimensionar os efeitos dos diferentes contextos presentes no contemporâneo, implica em produzirmos outros modos, modos sustentáveis de operar os existires e a vida. Assim, entendemos a maconha terapêutica e os psicodélicos, como eco-reinvenção, como eco-restauração dos corpos, das saúdes, das vidas e dos existires no planeta, e tomamos a atuação da psicologia nesse contexto, como fundamental para a reparação histórica dos danos subjetivos, humanos, sociais e políticos produzidos nos diferentes contextos de vida, tomando por timo, a promoção da saúde e da saúde mental”, explica Maria Luiza.