Em comemoração ao Dia da Luta Antimanicomial, o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRPRS) realizou no domingo, 17/05, a ação “Prender não é Tratar” no Parque Farroupilha (Redenção) em Porto Alegre.
A intervenção artística foi construída baseada em fatos e relatos reais e teve como objetivo chamar a atenção da sociedade para o tema, divulgando a importância do cuidado em liberdade.
Três atores dentro de uma pequena cela chamaram a atenção das pessoas que circularam pelo local. Uma esquizofrênica, um usuário de drogas e um adolescente infrator contavam suas histórias de exclusão e sofrimento, mostrando que a lógica manicomial continua existindo em nossa sociedade. A cela foi utilizada pelo simbolismo que traz, por representar diferentes formas de prisão, seja em hospitais psiquiátricos ou em qualquer outra instituição que aprisione.
Conselheiros representantes das Comissões de Políticas Públicas, Direitos Humanos, Comunicação e Núcleo do Sistema Prisional consideraram a ação positiva por possibilitar a ampliação do diálogo com a sociedade. “Ainda há muitos estigmas sobre o tema e a sociedade precisa ser inserida nesse debate. As pessoas sempre têm histórias para contar relacionadas à saúde mental, mas sabem muito pouco sobre seus direitos como cidadãos”, afirmaram. Diante da intervenção, o público reagiu de diversas maneiras. Alguns não gostaram de se deparar com aquela cena, outros questionaram sobre as formas de cuidado substitutivas ao manicômio.
A mobilização contou com a distribuição de material informativo sobre a importância do cuidado ser realizado em liberdade, a partir do convívio com a família, amigos e comunidade, por meio de serviços públicos que garantam uma atenção humanizada e promovam a cidadania.