A Psicologia, que em 2022 completou 60 anos de sua regulamentação enquanto ciência e profissão, lutou incansavelmente para a afirmação da dignidade humana e do respeito inegociável aos direitos fundamentais. Prerrogativas essas, que já nascem alinhadas com a Declaração Universal de Direitos Humanos. No entanto, é preciso reconhecer o silêncio que os saberes psicológicos fizeram durante anos sobre as violências provocadas pelo racismo e pelo cis-hétero-patriarcado às populações negras e indígenas. Dito isso, não é possível estarmos alheios aos movimentos de luta e de combate ao racismo, se de fato queremos exercer eticamente nossos fazeres profissionais. Essa é uma luta de todas, de todos, de todes profissionais da Psicologia, empenhadas/os/es em construir um fazer para todas as pessoas, e não somente para algumas.
Nosso compromisso se expressa em nosso fazer cotidiano da gestão. Somos sete conselheiras negras, eleitas no último pleito eleitoral por meio de uma Política de Ações Afirmativas em todo o Sistema Conselhos de Psicologia. Tal aquilombamento no CRPRS tem nos possibilitado algumas ações, tais como: a elaboração de um Programa de Combate ao Racismo Institucional, considerando os processos de gestão, o diálogo com a categoria e com a sociedade; a criação de um espaço de orientação direcionado à categoria, chamado Gira Poética CRPRS; a transformação, em curso, da ora Comissão Especial de Relações Étnico-Raciais em Comissão Permanente; a criação de um GT de Enfrentamento ao Racismo Religioso no Judiciário; a criação do Núcleo de Indígenas Psicólogas, que objetiva instrumentalizar a construção de fazeres da Psicologia com os povos originários.
Todas as ações presentes no Planejamento Estratégico da Gestão preconizam o compromisso do CRPRS com o combate ao racismo estrutural e institucional. Venha construir esse caminho conosco! Acompanhe as reuniões da Comissão de Relações Étnico-Raciais e das demais Comissões de nosso Conselho. Estamos caminhando para produzir a ampla conversação para o combate ao racismo.
É importante destacar que a Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 18 de 2002 instrumentaliza psicólogas, psicólogos e psicólogues a combaterem ativamente situações em que violências racistas sejam identificadas em suas mais variadas modalidades. Para esses casos, reforçamos a importância da formalização de denúncias junto ao CRPRS, clicando aqui, em que cada caso é individualmente avaliado e medidas cabíveis são tomadas. Havendo racismo, não há democracia! A gestão do CRPRS reafirma seu compromisso com o combate ao racismo na Psicologia, repudia toda e qualquer violência racista em seu contexto de prática, enquanto Ciência e Profissão, e manifesta solidariedade à psicóloga Roberta da Silva Gomes, ex-conselheira desse Conselho, que no início do mês de maio experienciou tal violência durante uma atividade acadêmica.
Conte com o CRPRS para combater o racismo em todas as suas diversas manifestações: institucional, recreativa, religiosa e estrutural. Afinal, nunca coubemos no silêncio!