Esta semana marca a luta mundial contra o HIV/AIDS e a defesa dos direitos de pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA).
O Brasil já foi referência na construção da política pública de HIV/AIDS. Com o aumento de casos em jovens, a resposta à epidemia de HIV/AIDS enfrenta novos desafios, como o desfinanciamento das políticas de HIV/AIDS do SUS e o aumento das pressões políticas para incluí-lo na agenda de privatizações. Assim como a pandemia da Covid-19, a epidemia de HIV/AIDS é prova da importância de um sistema de saúde universal e acessível a toda a população.
Outro desafio é o avanço do conservadorismo, que reforça o estigma e a discriminação pela sorofobia e contribui para silenciar a discussão sobre sexualidade e prevenção na formação dos/as jovens e nas relações afetivas e conjugais em todas as gerações. E este não é um tema caro à Psicologia?
Silvia Aloia, secretária Nacional do Movimento Nacional de Cidadãs Posithivas, formanda em Administração de Sistemas e Serviços de Saúde (UERGS) e integrante do GT UNAIDS e CATV/MS, fez uma reflexão sobre o tema a convite da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do CRPRS.
“O estigma é o principal entrave na prevenção, tratamento e qualidade de vida das PVHA. Ele produz a sorofobia e reforça iniquidades já existentes, levando à marginalização e afetando seu estado de saúde. Apesar do avanço no tratamento em quase 40 anos da Aids, receber o diagnóstico de HIV ainda é tão impactante como no inicio da epidemia, e isso se deve ao estigma e a discriminação!
As mulheres já são oprimidas pelo machismo, sexismo, racismo e outras formas de opressão. Se têm sorologia positiva, estas opressões se manifestam ainda mais. Grande parte da sociedade, incluindo profissionais de saúde, além de estigmatizar, têm condutas discriminatórias com mulheres que vivem com HIV e Aids (MVHA). Um diagnóstico positivo para elas acompanha uma série de julgamentos morais adicionais que contribuem para que se isolem e vivam com o medo da rejeição”.
Silvia destaca ainda que dentre as pessoas vivendo com HIV/AIDS as mais impactadas pelo desinvestimento no SUS e pelo estigma estão aquelas já excluídas socialmente: mulheres, pessoas LGBTQI+s, negras e/ou com deficiência.
Para a CDH, defender políticas públicas de HIV/AIDS e enfrentar a sorofobia passa também por enfrentar as opressões estruturais.
Clique aqui e acesse as “Referências técnicas para Atuação da categoria em Programas e Serviços de IST/HIV/AIDS” lançado pelo CFP nesta terça-feira, 01/12.