O CRPRS realizou o lançamento das Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) nos Centros de Atenção Psicossocial – CAPS na sexta-feira, 18/10, no auditório da sede do Conselho em Porto Alegre.
O documento foi produzido a partir da metodologia do CREPOP cujas referências construídas possibilitam a elaboração de parâmetros compartilhados e legitimados pela participação crítica e reflexiva da categoria. Refletem o processo de diálogo que os Conselhos vêm construindo com a categoria, no sentido de se legitimar como instância reguladora do exercício profissional.
A conselheira Cristiane Pegoraro, integrante da Comissão de Políticas Públicas, destacou a importância do documento na reafirmação dos CAPS como dispositivos antimanicomiais.
A metodologia de trabalho da pesquisa realizada pelo CREPOP no Rio Grande do Sul para contribuir na formulação das Referências foi apresentada pela assessora técnica do CREPOP, Carolina dos Reis. A pesquisa regional foi realizada em 18 municípios gaúchos e junto à administração estadual. Carolina destacou a preocupação do número crescente de parcerias firmadas com universidades e hospitais privados, o que fragiliza a relação de contratos de trabalho, gerando a impossibilidade do estabelecimento de vínculo entre profissional e usuários. Foram apresentadas também algumas estratégias de enfrentamento das dificuldades dos profissionais que atuam nos CAPS, sempre com o cuidado de não fragilizar as conquistas da Reforma Psiquiátrica.
A Psicóloga, Rosimeire Silva, que atua no Programa de Atenção Integral ao Paciente Judiciário Portador de Sofrimento Mental (PAI-PJ) de Belo Horizonte e fez parte da Comissão de Elaboração do documento, participou do lançamento das Referências. “A publicação marca mais um passo no movimento recente de aproximação da Psicologia com o campo das Políticas Públicas. Aborda cenário delicado do sofrimento psíquico, da Reforma Psiquiátrica, assim como o da evolução das políticas de saúde e saúde mental no Brasil”, declarou Rosimeire.
Em sua fala, Rosimeire destacou que os CAPS têm se constituído como dispositivos substitutivos às internações psiquiátricas, oferecendo, além da atenção à crise, um espaço de convivência e a criação de redes de relações que se alarguem para além dos locais das instituições, atingindo o território da vida cotidiana dos usuários.