O Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRPRS) manifesta seu apoio aos atos de repúdio à postura do jornalista Adroaldo Streck, do Jornal O Sul, que em sua coluna de 23 de janeiro de 2014 declarou a homossexualidade como uma doença e teceu comentários preconceituosos.
O combate à homofobia é um dos compromissos da Psicologia junto à sociedade. A questão da orientação sexual, como expressão do direito humano, distancia-se radicalmente de conceitos de cura e doença.
O CRPRS lembra que a Resolução nº 01/1999 do Conselho Federal de Psicologia, que estabelece as normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual, prevê que a atuação profissional não deve abordar a homossexualidade como patologia ou executar “terapias de reversão”, mas sim considerá-la como uma das sexualidades possíveis.
A Resolução do CFP nº 001/99 referenda uma posição internacional frente ao tema. Em 1970, a American Psychological Association retirou do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) a homossexualidade do rol de transtornos psicológicos. Em 1993, a Organização Mundial de Saúde excluiu a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas relacionados com a Saúde (CID 10).
O próprio Código de Ética Profissional do Psicólogo prevê que o trabalho da(o) psicóloga(o) tem como princípio fundamental o respeito e a promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano. Deste modo, reiteramos o compromisso da categoria com práticas que contribuam para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Com relações à manifestação do jornalista sobre o controle da mídia, o CRPRS, que integra o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, defende que a democracia no Brasil não pode existir sem a efetiva democratização dos meios de comunicação.
Comissão de Direitos Humanos do CRPRS