Como compreender identidade fake e identidade real? Como diferenciar saudável de insalubre?
Essas e outras questões referentes ao universo das redes sociais, cada vez mais frequentado pelas crianças e jovens do país, foram tema de uma atividade realizada na última quarta-feira (05/07) na Subsede Serra, em Caxias do Sul. O evento debateu os desafios do ensino contemporâneo e o papel da Psicologia Educacional nas chamadas “mídias sociais”.
A atividade, que reuniu um grande contingente de profissionais da região, entre professores e psicólogas/os, teve a participação da psicóloga Simone Fragoso Courel, coordenadora do Núcleo de Educação da Subsede Serra do CRPRS, da psicóloga Gabriela Cristina Perottini Schleder, orientadora educacional há quatro anos na rede pública e privada de Caxias do Sul, e do psiquiatra Jackson Wagner Severo Peres, que atua no Serviço APOIAR de atendimento a crianças e adolescentes da Prefeitura de Caxias do Sul.
Especialista em psicodrama e atuando com clínica e também na educação, Peres afirmou que as relações pós-mídias sociais foram definitivamente alteradas e que é preciso compreender o contexto de mudança para que possa se considerar sua influência e relevância entre os jovens. “O nível de exposição pessoal e a formação de grupos são fatos que não podem ser negados. É preciso aceitar para compreender”, disse.
Schleder, por sua vez, compartilhou a experiência de trabalho em contextos educativos e lembrou que a escola, como espaço de permanência, precisa ser levada em consideração para entender a mudança de paradigma nas relações pós-mídias sociais. Representando o CRPRS, Courel destacou as possibilidades de intervenção da Psicologia Educacional.
Nas suas intervenções, o público que praticamente lotou a Subsede Serra mostrou interesse em debater formação de identidade, imagens construídas, relação com a família e grupos, reflexão sobre solidão, mudanças no espaço de ausência para presença via mundo virtual e compartilhamento de ideologias.
Foi ressaltada, ainda, a importância de se pensar a temática das redes sob uma perspectiva social. “Aceitar a realidade, participar dela construtivamente e usá-la de forma positiva, não negando a realidade, é uma forma de problematizar sua permanência entre nossos jovens”, afirmou Courel.