Ontem (27/2) completou um mês de uma das maiores tragédias em casas noturnas no mundo: o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), que tirou a vida de 239 pessoas e deixou centenas de feridos. A data lembra a importância da atuação psicológica nas emergências e desastres.
Com o apoio do Conselho Federal de Psicologia (CFP), a Associação Brasileira de Psicologia nas Emergências e Desastres (Abrapede), por meio da presidente da entidade, Rosana Dório, acompanhou de perto o drama vivido pelas famílias das vítimas e sobreviventes, ressaltou a necessidade de um tratamento psicológico voltado especialmente para esse tipo de acidente.
“Existe uma dificuldade dos profissionais em atuar ativamente nessa situação. A tragédia acabou por reunir diversos conceitos e práticas psicológicas que muitas vezes não estavam condicionadas àquelas para emergências e desastres”, explica Rosana.
Com base nesse contexto, o CFP, juntamente com a Abrapede, começará a traçar alguns pontos de discussão com objetivo de qualificar a categoria para atuar nesse tipo de situação. “Pretendemos criar debates para discutir os primeiros socorros da Psicologia em tragédias e o cuidado que se deve ter com todos os envolvidos direta e indiretamente”, adianta Rosana. A experiência de Santa Maria também deverá ser apresentada em congressos e convenções da Psicologia.
Trabalho continuado
De acordo com a conselheira do CRP-07, Vânia Fortes de Oliveira, que integra a Subsede de Santa Maria, o CRP se organizou para proporcionar um atendimento continuado às famílias, por pelo menos mais seis meses, especialmente nas cidades de origem das vítimas. A lista de clínicas e profissionais disponíveis está no site do CRP-07.
O apoio às comunidades vizinhas do município de Santa Maria tem sido uma das tarefas da Abrapede e CRP-07. As entidades estão supervisionando e fornecendo suporte no atendimento dos consultórios que estão atendendo gratuitamente sobreviventes, familiares e envolvidos no acidente. As supervisões são feitas por Skype, e-mail e no próprio Conselho Regional.
De acordo com a diretora da Abrapede, Mariana Paranhos, muitas pessoas tendem a se recuperar sem qualquer tipo de intervenção. No entanto, os esforços devem se concentrar em aspectos de prevenção. “Por isso, a importância de estar preparado com técnicas que promovam esse cuidado”, destacou.
Fonte: www.cfp.org.br