O tema deste mês da campanha “Conscientização e enfrentamento às violências no contexto laboral”, organizada pela Comissão de Psicologia Organizacional e o Trabalho (CPOT), é intolerância religiosa. A iniciativa tem o objetivo de sensibilizar a categoria sobre o enfrentamento às diferentes formas de violências praticadas no contexto organizacional e do trabalho, bem como orientar sobre os encaminhamentos possíveis diante de práticas de violência.
Intolerância religiosa é um conjunto de práticas ofensivas a crenças e práticas religiosas. Quando esse comportamento acontece no contexto laboral configura-se como uma violência institucional. Em sua atuação profissional, a/o psicóloga/o precisa, sempre em consonância com o Código de Ética, ampliar a percepção sobre espiritualidade e religiosidade.
Intolerância religiosa é crime no Brasil e diversas leis asseguram a liberdade de culto e a proteção a quem queira professar a sua fé em território nacional. O racismo religioso, por sua vez, é um conjunto de práticas violentas que expressam a discriminação e o ódio pelas religiões de matriz africana e seus adeptos, assim como pelos territórios sagrados, tradições e culturas afro-brasileiras. As religiões de matrizes africanas são as que mais sofrem preconceito na sociedade atual, como o candomblé e a umbanda. Os povos indígenas também são alvo, desde o período colonial, das tentativas de evangelizar e enfraquecer a sua cosmopercepção de mundo.
No contexto laboral, muitas pessoas ao ingressarem no mundo do trabalho, por receio de serem discriminadas, deixam de seguir seus rituais religiosos com vistas a não ter de falar a respeito e, mais ainda, para não correr o risco de tal fator ser gerador de qualquer diferenciação entre elas e demais trabalhadoras(es). O Código de Ética Profissional do Psicólogo (CEPP, 2005) faz referência à questão da liberdade religiosa desde os seus Princípios Fundamentais. O incentivo ao respeito e à pluriversidade de ideias e crenças deve fazer parte da nossa atuação ético-política enquanto profissionais da psicologia.
Acesse o texto completo e saiba mais sobre a campanha em crprs.org.br/violenciasnotrabalho.