O Polo Litoral Norte reuniu no último sábado (27) um grupo expressivo de psicólogas/os para o seminário “Psicoterapia na prática: a contemporaneidade, o atendimento online e as questões de gênero”. O objetivo do encontro foi orientar a categoria sobre as recentes alterações envolvendo práticas psicológicas debatidas na Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (Apaf) realizada em Brasília em dezembro de 2017.
O evento, oficialmente a primeira atividade realizada pelo Polo Litoral Norte do CRPRS, teve uma avaliação positiva. “Debatemos temas muito atuais e pertinentes à prática psicológica e, para isso, contamos com um número expressivo de participantes”, disse a presidente da Comissão de Psicoterapia do CRPRS, Luciara Itaqui.
Itaqui abriu o seminário saudando a participação do público, que quase lotou o auditório da Unisc em Capão Novo, mesmo numa tarde ensolarada de sábado. “Para orientar precisamos estar perto um do outro, por isso eventos como esse são importantes”, disse.
A psicóloga e professora Simone Machado, doutora em Psicologia do Desenvolvimento pela UFRGS e coordenadora dos cursos de pós-graduação do NEAPC, abriu as intervenções e abordou em sua fala a importância da/o psicóloga/o estar em constante atualização, bem como de os profissionais não ficarem presos a uma linha teórica de atuação na medida em que a prática clínica exige uma compreensão integral do paciente/cliente.
Maria Adelia Pieta, doutora em Psicologia pela UFRGS e especialista em psicoterapias por meios eletrônicos, discorreu sobre o avanço que a atualização da Resolução das TICS (aprovada na APAF de dezembro), amplamente realizada em outros países, representará para a prática do psicólogo. A medida entra em vigor no segundo semestre deste ano, 180 dias após a publicação da Resolução.
Pieta, nesse sentido, ressaltou a importância da qualificação profissional para a realização desses atendimentos, já que além dos conhecimentos psicológicos também são necessários domínio de informática e das plataformas que serão utilizadas – Skype ou WhatsApp, por exemplo.
Já o psicólogo Eduardo Lomando, doutor em Psicologia Social pela UFRGS e professor da Fadergs, elogiou a iniciativa do Conselho de abordar as questões de gênero com a categoria e ressaltou a importância da qualificação das/os profissionais que trabalham, por exemplo, com populações trans, considerada pela psicologia contemporânea como uma variação normal da identidade de gênero. Sendo assim, avaliou o especialista, grande parte do sofrimento dessas pessoas decorre da vivência do preconceito, da exclusão social e da invalidação de que são vítimas.
No âmbito das questões de gênero, Itaqui lembrou que o Conselho disponibilizou no final do ano passado, para toda a categoria, a tradução do documento Diretrizes para práticas psicológicas com pessoas transgêneras e em não conformidade de gênero, importante guia produzido pela Associação Americana de Psicologia (APA) para abordagem com populações trans. O documento pode ser acessado aqui.
Também participaram do evento o presidente da Comissão de Orientação e Fiscalização do CRPRS, Cleon Cerezer, a psicóloga Jordana Dalsotto, representante do Polo Litoral Norte, a presidente da Sociedade de Psicologia do RS, Magda Mello, e a conselheira Mariane Rodrigues, que representou a direção do Conselho no seminário.