Na noite desta quarta-feira, 14/04, às 18h30, a Frente Gaúcha em defesa do SUAS e da Seguridade Social promoveu, em sua página do Facebook, uma live pela inclusão das/os trabalhadoras/os do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no plano de vacinação do estado.
Com o apoio do CRPRS e outras entidades, o objetivo da transmissão foi frisar a necessidade de todo o conjunto das/os trabalhadoras/es do SUAS fazer parte dos grupos prioritários de imunização no RS. “Vale lembrar que esse conjunto não se resume apenas aos profissionais de nível superior (psicólogas/os e assistentes sociais). Nós temos várias/os colegas/os que compõem a prática da Assistência Social e atuam na linha de frente no combate à pandemia, mas que não estão sendo contempladas/os nos planos de vacinação. Como, por exemplo, educadores sociais, motoristas, auxiliares de limpeza e serviços gerais, porteiras/os e cozinheiras/os”, introduziu a mediadora da atividade, Léa Maria.
Durante o evento, as/os representantes do Movimento Vacina SUAS, do Colegiado de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas), do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do RS (COSEMS RS) e do Fórum Estadual dos Trabalhadores do SUAS do RS (Fetsuas/RS) tiveram, em média, de cinco a dez minutos para contextualizar a situação que se encontram, hoje, os equipamentos gaúchos do SUAS - Sistema Único de Assistência Social, como os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), os Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), e todas as entidades privadas que compõem a rede sócio assistencial.
Para o vice-presidente do Congemas, Eliton Avila, a/o profissional do SUAS é tão importante quanto o do Sistema Único de Saúde (SUS) e merece ser tratado como tal. “Quando, por exemplo, estamos com algum problema de saúde, procuramos a Unidade de Pronto Atendimento mais próxima e , lá, as/os profissionais já estão imunizadas/os contra o coronavírus para nos auxiliar da maneira mais segura possível. Mas, no momento, onde a pandemia deixou a população extremamente vulnerável, há uma demanda muito grande, também, por cestas básicas e as/os trabalhadoras/es da Assistência, que prestam essa ajuda, ficam desprotegidas/os, seja por falta, muitas vezes, de EPIs adequados ou por nem sequer haver uma previsão do governo de quando essas/es trabalhadoras/es serão vacinadas/os”, lamentou.
Segundo a representante do CRESS/RS na ocasião, Débora do Nascimento de Paula, o movimento Vacina SUAS vem articulando, há quatro meses, ações a fim de garantir a vacinação para todas/os as/os profissionais que atuam na Assistência Social. O CRP compõe o Movimento Vacina SUAS, junto de outras entidades estaduais. “Entregamos uma carta aberta ao governo do estado. Em fevereiro, fomos recebidas/os pelo secretário da Casa Civil Adjunto, Bruno Pinto de Freitas; participamos de uma audiência; mas, até agora, as respostas sempre foram: sabemos que é importante, o SUAS merece ser incluído no plano e isso logo deve acontecer. O fato é que já estamos em abril e a situação não andou”, reiterou Débora.
A advogada Jucemara Beltrame, coordenadora do Fetsuas/RS, lembrou, no decorrer da live, que, por decreto, o trabalho da Assistência Social foi considerado essencial frente à pandemia e em nenhum momento, diante da realidade da Covid-19, essas/es trabalhadoras/es pararam suas atividades, os equipamentos ficaram abertos o tempo todo .O Conselho de Secretários Municipais de Saúde do RS já oficializou ao ministro da saúde, Marcelo Queiroga, a solicitação da vacinação das/os trabalhadoras/es da linha de frente, através de ofício . “Nós entregamos a ele o documento e, nele, explicamos de forma bem sucinta a demanda do SUAS. Espero que sejamos atendidos em breve, considerando todas as justificativas apresentadas, tendo em vista que a Assistência Social desempenha um trabalho fundamental frente a grande carência da população diante da pandemia”, destacou o vice presidente do COSEMS RS, Maicon de Barros Lemos.
É importante ressaltar que os municípios não têm autonomia para definir seus grupos prioritários, essa é uma decisão que parte do Governo Federal, através do Plano Nacional de Vacinação, por isso a necessidade das reinvindicações. O vice-presidente do Congemas sugere, ainda, que cada município faça um levantamento da quantidade de doses que serão precisas para contemplar as/os profissionais do SUAS. “É necessário ter esse embasamento para conseguir pressionar ainda mais a Federação”, conclui.
Assista à live na íntegra: