Durante a concentração, as lideranças dos movimentos de povos de terreiro e das igrejas Luterana e Anglicana fizeram algumas falas em prol da liberdade religiosa, da vida, antirracismo e pela união de todas/os/es em busca da construção de um mundo melhor. Em seguida, foi feita uma gira ao som de atabaques e Orixás dançando em volta do Bará do Mercado, que foi tombado em dezembro de 2020 como patrimônio histórico-cultural de Porto Alegre, o que tornou a marcha ainda mais simbólica.
As religiões de matriz africana sofrem constantes perseguições e violações de direitos, apagamento, apropriação cultural, demonizações pejorativas, terreiros invadidos e destruídos. Tradições e religiões de matriz africana e afro-brasileiras da região metropolitana e de algumas cidades do interior estiveram presentes no encontro, ocupando o Mercado, um território originalmente negro.
“É um espaço nosso, nossas tradições. Tentam a todo momento nos destituir, tirar nossa dignidade, cidadania e nossa legitimidade. Retomar algo que é nosso e nos fortalecermos coletivamente é necessário. A marcha é política, é uma construção coletiva fundamental pela liberdade religiosa e pelo combate ao racismo”, expressou o conselheiro Vincent Pereira Goulart.
O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, comemorado em 21 de janeiro, foi instituído pela Lei 11.635, de 27 de dezembro de 2007.