Conteúdo publicado originalmente no site do Correio do Povo.
A declaração de pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na primeira metade de março, trouxe mudanças significativas em todo o mundo.
Na tentativa de conter ou diminuir o ritmo de contaminação pelo novo coronavírus, algumas medidas iniciais foram tomadas, como o incentivo ao distanciamento social e a inserção de protocolos de higiene e biossegurança. Tais medidas impactaram a vida dos brasileiros que precisaram se adaptar a essa nova realidade. Parte da população sofria com o isolamento domiciliar, enquanto outra parcela significativa da população perdeu o emprego ou viu sua renda diminuir e a segurança desaparecer em um estalar de dedos.
O isolamento social, o medo do contágio por quem precisava trabalhar e as incertezas do momento trouxeram importantes impactos na saúde mental das populações. Em maio, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, declarou que o impacto da pandemia na saúde mental das pessoas já era extremamente preocupante.
Ansiedade, depressão, estresse, violência doméstica e adoecimento físico estão entre as principais perturbações que se agravaram nesse período. As/os trabalhadoras/es da psicologia são formadas/os para acolher tais demandas e têm atuado tanto nas políticas públicas quanto nos serviços privados, oferecendo cuidado qualificado e humanizado e buscando a redução de tais impactos, o que demonstra seu papel fundamental na saúde de todos nós.
As atividades desenvolvidas pelas/os psicólogas/os constituem uma série de práticas que auxiliam na promoção da saúde mental e da atenção psicossocial. Entre as diversas áreas de atuação da Psicologia, há as que são ligadas ao contexto clínico, de assistência social e de saúde pública.
A preocupação com o risco de contágio por coronavírus exigiu adaptações por parte dos profissionais da psicologia, buscando outras formas de atendimento, incluindo o atendimento remoto, garantindo assim a continuidade dos cuidados em saúde.
Além disso, a profissão demanda que cada vez mais as/os trabalhadoras/es psicólogas/os tenham um envolvimento social nos aspectos políticos que exigem enfrentamento firme em relação a todo tipo de violações que desprezam a vida e a ciência, especialmente no momento de crise sanitária em que estamos vivendo. Há que se exigir cada vez mais o acesso universal ao cuidado em saúde mental pelo compromisso social na defesa dos direitos humanos, do cuidado em liberdade, do acesso aos serviços de saúde desde a atenção básica até a alta complexidade e, principalmente, das demais políticas públicas garantidoras de direitos e renda.
O Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRPRS) tem buscado estar junto aos profissionais que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus e nos serviços essenciais à população, exercendo seu papel de orientação e valorização da profissão e buscando construir junto à categoria diretrizes para atuarmos num momento tão difícil para todos nós enquanto sociedade.
Fonte: Correio do Povo