O Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRPRS) vem, por meio desta nota, prestar sua solidariedade às pessoas atacadas na reunião virtual aberta de articulação da Chapa UFPEL Raiz, que concorre à Reitoria da Universidade Federal de Pelotas. O CRPRS repudia veementemente os violentos ataques de cunho racista sofridos pelo coletivo UFPReta na reunião realizada em 20 de agosto de 2020.
A reunião de apresentação da composição e propostas da UFPEL Raiz foi invadida por um grupo organizado de pessoas que desferiram xingamentos de teor brutalmente racista e ameaças de toda ordem às/aos participantes. Parte do ataque pode ser testemunhado em vídeo, que já está em circulação nas redes sociais. Os ataques remetem a técnicas descritas em operações de tortura, mesclando ruídos, músicas estridentes e ameaças verbais de exposição do endereço e, talvez o termo mais preocupante, citando ameaças à vida.
A professora e psicóloga Miriam Alves, conselheira da Gestão Frente em Defesa da Psicologia RS (Frente RS) do CRPRS, candidata à Reitora da UFPEL, atua justamente na incidência das pautas antirrascistas nos espaços educacionais e nas universidades. Os atos só evidenciam a importância de termos mulheres, negras, trabalhadoras, mães, militantes da luta antirracista, nos espaços de discussão política, levantando pautas que possam incidir na democratização do acesso e permanência na Universidade Pública.
É importante destacar que ataques como esse têm se repetido em outras instituições públicas e estão presentes também em manifestações cotidianas, que agora, com as novas tecnologias, ganham visibilidade, mas encontram respostas ainda insuficientes por parte do poder público e da sociedade. Não é por acaso que a Gestão Frente RS elege a pauta antirracista como eixo fundante de nossas ações, pois sabemos dos inúmeros desafios que ainda precisamos superar em um país com uma história alicerçada no colonialismo e na exploração e genocídio dos povos africanos e indígenas. O racismo estrutura nossa sociedade desde o seu surgimento e legitima, até os dias atuais, as práticas supremacistas, eugenistas e de branqueamento. Nesse sentido convocamos a categoria a se posicionar contra esse e outros ataques à luta antirracista e a se atentar às práticas racistas em seu cotidiano.
Por uma Psicologia Antirracista, Democrática e Plural!
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