Representantes de instituições de Núcleos Formadores em Psicologia estiveram reunidos na sede do CRPRS na sexta-feira, 28/11, para discutir a proposta do Marco Regulatório dos Cursos de Pós-graduação Lato Sensu Especialização, elaborada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
O coordenador da Área Técnica, Lucio Garcia, contextualizou a situação atual em que o Conselho Federal de Psicologia e os Conselhos Regionais estão impedidos de credenciar cursos de especialização. “Ação Civil Pública impetrada pelo Ministério Público Federal e concedida pela 20ª Vara da Justiça Federal, em agosto deste ano, determinou a suspensão do CFP em emitir credenciamento e recredenciamento dos Cursos de Especialização”, explicou Lucio.
A aprovação do Marco Regulatório proposto pelo CNE implicará em mudanças no processo das Especializações do CFP. “É muito importante que essa discussão seja ampliada, que os representantes das instituições de formação se articulem e tenham voz nessa discussão”, destacou a presidente do CRPRS Alessandra Xavier Miron Alessandra apresentou alguns pontos levantados pelo GT Especialidades do CFP, em encontro realizado em setembro:
1.Respeitar o princípio da gratuidade das instituições públicas;
2.Retirar o viés exclusivamente acadêmico do marco regulatório;
3.Atentar para um formato de garanta a qualidade dos cursos de Instituições de Ensino Superior. Exemplos de casos de fraudes para bibliotecas e etc.
4.Especificar o que é lato sensu.
5.Especialização caracterizada com duas modalidades: acadêmica e profissional.
Na reunião do CRPRS, os representantes dos Núcleos Formadores trouxeram questionamentos sobre algumas situações específicas. As dúvidas sobre encaminhamentos imediatos serão levadas ao CFP.
Durante o evento duas psicólogas foram eleitas pelo grupo como representantes dos Núcleos Formadores no estado: Angela Piva, do Contemporâneo – Instituto de Psicanálise e Transdisciplinaridade, e Simone Machado, do Núcleo de Estudos e Atendimentos em Psicoterapias Cognitivas (NEAPC).
Para Angela, os Núcleos Formadores são importantes por oferecerem uma possibilidade de treinamento em um espaço diferenciado. “As universidades não têm local para essa prática Clínica. Além de contribuir na formação profissional, os Núcleos exercem um importante papel social pelo atendimento oferecido à comunidade”. As instituições temem que, sem o reconhecimento, o número de psicólogos interessados em fazer sua formação nessas instituições diminua, prejudicando a qualidade da própria formação em áreas específicas, como a Clínica, por exemplo. Além disso, os Núcleos Formadores focam sua formação na prática, enquanto a Academia está mais voltada à pesquisa.
“Está em jogo a qualidade do trabalho oferecido por essas instituições de formação, não só aos profissionais que buscam uma especialização, mas a toda comunidade que é beneficiada por esse atendimento. Os cursos atendem a essa especificidade, oferecendo um acompanhamento específico ao aluno em suas áreas de especialização, o que não é possível no meio acadêmico”, explica Simone.
Clique aqui para acessar o texto com as alterações propostas pelo GT sobre o marco regulatório dos Cursos de Pós-graduação Lato Sensu Especialização.
Próxima reunião
A Comissão de Formação do CRPRS irá promover nova reunião com os Núcleos Formadores em Psicologia no final de janeiro, dando continuidade ao debate em torno deste tema.