Começou nesta quinta-feira, 16 de agosto, o Seminário Para Avançar a Reforma Psiquiátrica, promovido pelo Conselho Federal de Psicologia. No primeiro dia do evento, temas como o "Pacto pela saúde e seus Impactos na Saúde Mental" e os "CAPS e Território - a necessária expansão dos conceitos" foram discutidos.
Na Plenária, o assessor do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, Nilo Brêtas, debateu em torno do tema "Pacto pela saúde e seus Impactos na Saúde Mental". Em sua fala, ficou claro que existem muitas lacunas no Pacto e que a Saúde Mental carece de recursos.
Dr.ª Mírian Abou-Yd, psicóloga, psiquiatra, coordenadora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Belo Horizonte, parabenizou o evento por dar a oportunidade de se discutir o Pacto. Ela colocou ainda em questão a responsabilidade sanitária e a radicalidade de uma centralização, lembrando o movimento social como o maior instrumento de luta. O vice-presidente do CFP, Marcus Vinícius de Oliveira, completou o debate focando a importância de se capacitar mais o campo da Saúde Mental, para se discutir sobre o Pacto sem atropelos, o que traz uma outra tarefa: fortalecer a lógica do campo social. Segundo ele, “é preciso analisar a responsabilidade de se produzir um pensamento para projetar o processo e saber como fazer”.
A psicóloga Heloísa Helena Massaro, presente ao evento, lembrou as dificuldades de se organizarem e construírem movimentos, com o esvaziamento para a discussão da Saúde Mental.
Esteve presente ao primeiro dia do Seminário o membro suplente da Comissão Intersetorial de Saúde Mental/CNS, Milton Freire Pereira, que questionou o que a pactuação garante, no que diz respeito aos Direitos Humanos, como direito de um tratamento com liberdade e participação dos usuários. Nilo Brêtas, encerrou a mesa colocando que há uma série de questões a serem trabalhadas e direcionadas.
Na segunda mesa, "CAPS e Território", a Dr.ª Ana Raquel Santiago de Lima, médica com Residência em Psiquiatria Clínica, colocou para a plenária a situação do seu trabalho no estado de Sergipe, em CAPS dentro dos manicômios, como um grande desafio. Questionou como trabalhar em rede em um Plano Estadual, articulado com outras redes: rede hospitalar, hospitais regionais, conselhos de saúde e associações de usuários e familiares. E ainda expôs as maiores dificuldades encontradas em torno dos CAPS, como a baixa compreensão de trabalhadores e gestores; a falta de ação territorial e mobilização em torno da Luta Antimanicomial; e o baixo investimento em educação permanente, quesito fundamental para a mudança. O Dr.º Antônio Lancetti completou A fala da médica explicitando sobre CAPS e NAPS. Em seguida, uma intensa discussão.
O evento prossegue nesta sexta-feira, em Brasília.