A ampliação de cinco para seis coordenações executivas do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), durante a Plenária Nacional do Fórum, realizada no Rio de Janeiro, entre os dias 31 de julho e 1º de agosto, exigiu muita negociação, mas foi saudada como um avanço pela maioria dos participantes. A presidente do CRPRS, Ivarlete Guimarães de França, presente ao encontro, informa que foram necessárias nada menos que dez reuniões, durante os dois dias, para se chegar a esta composição. “Mas conseguimos ampliar o número de entidades participantes, tornando mais plural e representativa a composição do FNDC”, conta. O fator determinante para a ampliação das entidades na composição do FNDC foi o reconhecimento de todos os presentes da necessidade de ampliar as bases que dão sustentação aos ideais da democratização da comunicação no Brasil, tendo em vista que no cenário atual os empresários estão se utilizando de manobras para pressionar o governo o que pode comprometer a realização da Conferência.
Além disso, a partir da área de psicologia, o Fórum referendou cinco teses a serem levadas à Conferência, marcada para o mês de dezembro.
Sobre a ampliação do número de membros na representação do Fórum, que exigiu muita negociação das entidades presentes ao encontro, assim ficou a composição: Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas); Abraço (Rádios Comunitárias); Fiterte (Trabalhadores das telecomunicações); Anart (Associação Nacional dos Artistas), Conselho Federal de Psicologia; e entrou a CUT.
Teses da psicologia
As cinco teses da área da psicologia, referendas pela Plenária do FNDC, haviam sido aprovadas durante o Seminário Preparatório para a Conferência Nacional de Comunicação, realizado em Brasília, entre os dias 23 e 25 de julho. Elas focam os seguintes temas: Controle social da mídia (entendido como controle público dos meios de comunicação); Fim da publicidade dirigida à criança; Fim da publicidade de bebidas alcoólicas; Trânsito e mobilidade (propaganda de veículos com incentivo à velocidade); e o Fim da exploração da imagem da mulher, do homem, da criança e do adolescente pela mídia.
Ivarlete lembra que a inserção da psicologia como setor da sociedade civil na Executiva do FNDC se impôs pela constatação evidente de que hoje a mídia é uma das grandes forças a influenciar e produzir demandas – muitas vezes artificiais – dentro da sociedade, voltadas apenas ao aumento do consumo. “Outras áreas representadas no Fórum são mais voltados às suas questões específicas, na defesa e valorização do papel dos jornalistas ou das rádios comunitárias, por exemplo”, lembra a presidente do CRPRS. “Porém a psicologia trata diretamente dos efeitos muitas vezes negativos que a mídia desregulamentada gera em toda a sociedade, e portanto sua abordagem procura ter um alcance mais amplo”.