Cerca de 50 psicólogas/os e estudantes de Psicologia prestigiaram na última quinta-feira (05/04) a criação oficial do Polo Alto Uruguai, com sede no município de Erechim e que abrange cidades vizinhas como Sananduva, Marau, Tapejara, Frederico Westphalen, Campinas do Sul, entre outras.
A reunião, que teve a presença das/os conselheiras/os Augusto Fassina e Vânia Specht (suplente) e do coordenador da Área Técnica do CRPRS, Lucio Garcia, debateu as práticas integrativas e complementares na Psicologia.
O conselheiro do CRPRS Augusto Fassina se encarregou de formalizar a criação do Polo. “É uma noite de grande significado para a categoria na região. O polo terá a função de pautar as questões pertinentes da Psicologia e também direcionar seu foco para orientação e fiscalização. A descentralização visa justamente discutir esse processo para que possamos alcançar todo o Estado e atender diferentes demandas. Estamos ampliando os processos decisórios e a democratização do Conselho”, definiu.
Conselheira do CRPRS e também representando a Secretaria Municipal da Saúde, a psicóloga Vânia Specht destacou que a criação do Polo Alto Uruguai garante a proximidade das/os profissionais com o Conselho. “É uma forma de nos sentirmos representados e, principalmente, fortalecidos”, avaliou.
O psicólogo Lucio Fernando Garcia, coordenador da Área Técnica do CRPRS, saudou a formalização do Polo Alto Uruguai e disse que as/os participantes do grupo, a partir da agora, têm ampla legitimidade para representar o Conselho em demandas sociais e institucionais.
Também explicou a legislação que cria o Sistema Conselhos de Psicologia e que regulamenta a profissão de psicóloga/o. “Em qualquer profissão, e na Psicologia não é diferente, os marcos legais, éticos e técnicos estarão presentes”, disse.
O encontro abordou também a relação entre o exercício profissional da Psicologia e as terapias integrativas e complementares são oferecidas pelo SUS. O conselheiro Augusto Fassina lembrou que, em 2005, havia cinco procedimentos desse tipo oficializados pelo Ministério da Saúde; atualmente são 29, incluindo terapias com florais, cores, mãos, toque etc.
Lucio recomendou que a escolha seja primordialmente ética: “O Conselho não está aqui para fazer uma caça às bruxas. Não temos parecer definido sobre quantas dessas ofertas os psicólogos podem ou não praticar. Eu, entretanto, questionaria: quantas dessas práticas foram estudadas na universidade? Em quantas delas estamos devidamente treinados? Quais são os riscos?”.
Segundo o coordenador, quem decidir optar por alguns desses procedimentos deve fazer um exame de sua capacitação no método escolhido. “O risco é que profissionais se empolguem com uma capacitação discutível, sem fiscalização ou verificação, e coloquem em risco a saúde de seus pacientes. Nossa orientação é para que não assumam atividades para as quais não estão preparados técnica e teoricamente”, completou.
A próxima reunião do Polo Alto Uruguai está marcada para 7 de maio e terá como tema a judicialização na Psicologia.