Foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 23/10, a Resolução CNE/CES nº 1 de 11 de outubro de 2023, que institui as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia.
Elaboradas em um processo amplo, democrático e participativo, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de graduação em Psicologia reforçam a necessidade de uma formação presencial, voltada aos Direitos Humanos e às Políticas Públicas.
O ponto mais relevante das novas DCNs é reafirmar que a formação em Psicologia se dá com a presencialidade. Para Gisele Dhein, doutora em educação, professora de Psicologia, tesoureira da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) e colaboradora da Comissão de Formação do CRPRS, as DCNs vêm para reiterar cada vez mais a necessidade de formação na presencialidade, no encontro com o outro e com a comunidade. “Para desenvolver habilidades e competências que estão previstas nas DCNs, principalmente as relacionais, como empatia, acolhimento, a escuta do outro que, muitas vezes, vai ser diferente de mim, precisa ser forma presencial”, explica.
Paola Vargas Barbosa, doutora em Psicologia, coordenadora do curso de graduação em Psicologia da CESUCA e colaboradora da Comissão de Formação do CRPRS, também defende que a educação em Saúde e na Psicologia precisa ser presencial. “Ter isso determinado pela DCN parece um avanço extremamente necessário para evidenciar que a formação, critica, ética atualizada e contextualizada se faz na presencialidade”, avalia.
“Ficamos muito satisfeitas/os com as novas DCNs por manterem aspectos positivos como a autonomia para as instituições construírem seus projetos de curso de forma contextualizada, marcada pela formação ética, cientifica, histórica e crítica; a manutenção de uma proposta de curso generalista também é importante por abrir espaço para o respeito da diversidade da Psicologia, ou seja, permite oferecer uma formação ampla não só nos aspectos teóricos e epistemológicos, mas também ampla nos espaços de atuação; e a permanência da obrigatoriedade das ênfases no funcionamento dos Serviços Escolas”, complementa Paola. Para ela, oferecer um espaço de formação continuado por meio de estágios obrigatórios supervisionados e de atendimento à comunidade é importante por evidenciar a vocação da profissão e necessidade de resposta à sociedade, onde a instituição de formação está inserida.
Outro aspecto positivo destacado por Paola é a ampliação das horas atribuídas aos estágios obrigatórios, que passam para 20% da carga horária total do curso. “Os estágios são espaços extremamente ricos de formação, em que podemos acompanhar com mais detalhamento a formação da/o aluna/o, ampliar seu conhecimento e desenvolvimento teórico”. Além disso, ao colocar a licenciatura como uma possibilidade, dá autonomia às instituições de oferecerem ou não essa formação.
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