Na reunião ampliada da Comissão de Direitos Humanos “Relações de Gênero e Sexualidade”, o psicólogo Jean Ícaro Pujol Vezzosi apresentou resultado de sua pesquisa de mestrado “Atitudes corretivas e conversivas em relação a pacientes Lésbicas, Gays e Bissexuais: avaliação dos profissionais da Psicologia”.
O estudo teve como objetivo investigar a frequência das atitudes que visam converter e corrigir pacientes LGB. A pesquisa contou com 692 profissionais da Psicologia de diferentes estados do Brasil. Buscou-se, também, definir a prevalência de crenças e concepções etiopatologizantes a respeito da homo/bissexualidade entre os(as) terapeutas. O estudo, através da regressão hierarquica logística por meio do método foward convencional, definiu o conjunto de características socioculturais e profissionais que mais representa o perfil da/o terapeuta que se propõe a converter e corrigir pacientes LGB.
Foram quantificadas as abordagens teóricas que mais estão vinculadas a atitude de converter/corrigir pacientes, quando isso é (ou não) solicitado. Da amostra, 29,5% assumiram em algum nível ter atitudes corretivas e conversivas com essa população. Além disso, foram quantificadas as crenças etiopatológicas que as/os terapeutas possuem sobre a diversidade sexual e identificadas as variáveis preditoras que indicam a atitude conversiva com uma/um paciente LGB.
Para Jean Icaro, essa pesquisa pode contribuir para a discussão e reflexões das temáticas de diversidade sexual e de gênero para estudantes e profissionais da Psicologia.
A conselheira Priscila Pavan Detoni, presidente da Comissão de Direitos Humanos do CRPRS, considerou os dados da pesquisa alarmantes, pois mostram como o tema ainda não é bem trabalhado nas formações das/os futuras/os psicólogas/os.