Na sexta-feira, 12/07, psicólogas/os e estudantes de Psicologia participaram do Sarau de FormAção Antimanicomial, realizado na Subsede Serra, em Caxias do Sul. A atividade – organizada pelo Núcleo de Políticas Públicas (NPP) da Subsede Serra – proporcionou um espaço de celebração e de formação com a partilha de experiências e debateu o tema de forma crítica e reflexiva.
“Diante das alterações da Política Nacional de Saúde Mental e da Política Nacional sobre Drogas, por parte do Governo Federal, ao propor a ampliação do financiamento de instituições psiquiátricas em detrimento do investimento nas Redes de Atenção Psicossocial, precisamos defender de forma intransigente o Sistema Único de Saúde e a humanização nas práticas de cuidado”, afirmou a conselheira Fernanda Facchin Fioravanzo.
As psicólogas Ana Paula Rabello Soares e Luani dos Santos Paim, que integram o NPP, abriram a atividade convidando todas/os as/os a construir coletivamente uma mandala que expressasse a ideia de autonomia, cuidado e liberdade, conceitos fortemente ligados à luta antimanicomial. Logo após, foi aberto um espaço para declamação de poesias e leitura de textos que promovessem uma reflexão sobre o tema.
Na sequência, a psicóloga Jéssika Dias da Silva Capeletti apresentou trechos do filme “Si può fare”. O filme conta a história de uma cooperativa formada por ex-pacientes de um manicômio que decidem ingressar no mercado de trabalho com instalação de pisos de madeira. A exibição estimulou um debate sobre a importância da promoção da autonomia e do olhar sobre o sujeito e suas singularidades e capacidades.
A esquete teatral “Insanamente Normal” foi apresentada por atores da escola de teatro “Tem gente teatrando”. O grupo retratou diferentes situações vivenciadas por psicólogos em seus consultórios, promovendo uma reflexão sobre a ética na prática da Psicologia e desconstruindo paradigmas e estereótipos. “A esquete nos faz pensar que a loucura não é algo externo, é parte de nós. O que é ser uma/um psicóloga/o normal? O que se espera dessa/e profissional?”, questionou Fernanda.
Luta Antimanicomial
O Movimento da Luta Antimanicomial se caracteriza pela luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental e faz lembrar que, como todo cidadão, essas pessoas têm o direito fundamental à liberdade, o direito a viver em sociedade, além do direto a receber cuidado e tratamento sem que para isto tenham que abrir mão de seu lugar de cidadãos. A Luta Antimanicomial reforça a necessidade de formas de atenção dignas e diversificadas para a pessoa com sofrimento psíquico, de maneira a garantir o direito à liberdade e o direito a viver em sociedade, lutando contra o estigma da loucura.