O CRPRS Convida realizado na quarta-feira, 13/05, teve o tema “Atuação da Psicologia na Saúde Mental Coletiva”. Mediado pela conselheira Dalmara Oliveira, integrante da Comissão de Comunicação, e trabalhadora do SUS, a live teve o objetivo de compartilhar a experiência de dois profissionais da Psicologia em suas atuações em tempos de pandemia.
Luciana Barcellos Fossi (CRP 07/14667), trabalhadora da Saúde Mental no CAPS I – Dois Irmão, relatou sobre seu dia a dia no campo da Saúde Mental. “Trabalhar em CAPS significa estar sempre vigilante e alerta aos preceitos da Reforma Psiquiátrica antimanicomial. E é um desafio superar a lógica do consultório privado que muitas vezes acaba se transpondo para esse contexto. Nesse momento de pandemia, isso deve estar ainda mais presente”. Luciana defendeu a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) para todos e de se ampliar o escopo para o entendimento do que é o campo da Saúde Mental, não o restringindo somente para quem tem o diagnóstico de um transtorno mental grave. Novas demandas que surgiram com a pandemia da Covid-19 e mudanças na rotina do CAPS foram relatadas por Luciana. “Todas/os trabalhadoras/es da Saúde Mental estão tendo que repensar seu trabalho”, afirmou. Dificuldades do isolamento, adaptação a uma nova realidade e desemprego são algumas questões que começam a aparecer mais intensamente para a Saúde Mental. A importância do cuidado individual, de quem cuida, também foi destacada.
Na segunda parte da live, Thiago dos Santos Alves (CRP 07/21094), trabalhador da Saúde Mental no CAPS AD – Santa Maria, falou sobre a importância da continuidade do trabalho e os desafios de modificar modelos de atendimento. Thiago lembrou da mobilização da cidade no episódio da Kiss e como a comunidade assumiu um conceito de acolhimento e que surge agora novamente: “precisamos não só olhar para si, mas olhar para o outro de outra forma”. A falta de investimento nos serviços do CAPS e a necessidade do fortalecimento de políticas públicas foram alguns pontos destacados.
O Dia da Luta Antimanicomial, em 18 de maio, foi citado como um momento importante de reflexão. “Não podemos entender que o isolamento é promotor de saúde. Estamos vivendo uma experiência de vida que servirá de aprendizado. Ser antimanicomial é quebrar manicômios mentais e micro-fascismos cotidianos”. Thiago concluiu sua fala destacando a importância do reconhecimento das diferenças e do respeito à liberdade do outro: “vivemos um momento de se reinventar como sujeitos, de ampliação de vidas, de entender que a nossa liberdade é também a liberdade do outro, para isso, precisamos reconhecer as diferenças, sem precisar categorizá-las”.
Confira live na íntegra: